Oposição questiona aditivos em contrato de aluguel de carros
Dos 762 veículos contratados, cerca de 600 são dos modelos Gol 1.0 e Kombi. Outros veículos disponibilizados pela Cotrans são caminhões, microônibus e ambulâncias. Os aluguéis variam entre R$ 1 mil e R$ 7 mil mensais. Os dados foram divulgados pela prefeitura para atender um pedido de informações da Professora Josete.
A vereadora questionou a relação custo-benefício do contrato. Um exemplo é o carro mais popular da lista, o Gol 1.0. Durante os cinco anos do contrato, o aluguel total de um veículo desse modelo chega a R$ 61 mil. O mesmo carro, modelo 2012, custaria R$ 29.842,00, segundo a Tabela Fipe. Com esses valores, seria possível comprar dois carros novos do modelo Gol.
Nessa conta não são levados em conta despesas cobertas pela Cotrans, como a manutenção dos veículos. Segundo Wilson Bill, presidente do Sindicato das Empresas de Reparação de Veículos (Sindirepa), o valor dessa manutenção varia muito de acordo com o modelo e o uso do veículo. Um carro popular, como o Gol, pode ter custos anuais perto dos R$ 1,5 mil, mas isso depende da quilometragem e da troca de peças do veículo.
Acrescentando ao valor de um Gol 2012 novo os custos da manutenção no período de duração do contrato (cinco anos), ainda assim o valor do carro comprado seria inferior ao aluguel do período: cerca de R$ 37 mil. Entretanto, há outros custos adicionais, como o IPVA e o seguro obrigatório, incluídos no preço cobrado pela Cotrans. Caso a prefeitura decidisse pela compra dos veículos, outro problema relevante seria a contratação de motoristas, atualmente fornecidos pela locadora de veículos.
Para a vereadora Professora Josete, os custos devem ser revistos. “Existem vários aspectos a serem avaliados, para serem colocados na ponta do lápis. É preciso observar a tabela de preço e outros valores para saber se há a possibilidade desses veículos serem comprados pela prefeitura”, diz. Ela também critica os 26 aditivos feitos nos cinco anos de contrato. “Além de dificultarem o acompanhamento da população, esse aumento no valor parece mostrar falta de planejamento da administração”, conclui.
O contrato com a Cotrans vence em dezembro, e até agora a prefeitura não deu início à licitação. Em 2005, o processo levou dez meses para ser concluído. Se ele não for finalizado a tempo, a prefeitura provavelmente fará um contrato emergencial.
Outro lado
Segundo a prefeitura, todos os contratos feitos estão dentro da lei e foram aprovados pelo Tribunal de Contas. O Executivo informa ainda que a terceirização da frota oficial é a maneira mais eficiente de atender as demandas e reduz custos de manutenção, depreciação de veículos e controle. A prefeitura afirma que a nova licitação deve ter o edital publicado ainda em 2011.
Frota
Maioria dos veículos fica nas secretarias
Os 762 veículos do contrato da prefeitura de Curitiba com a Cotrans são divididos entre os órgãos da administração direta (secretarias) e as entidades da administração indireta (fundações e institutos). Os primeiros ficam com a maior parte dos veículos, 603. As sete entidades (Cohab, FCC, Imap, IMT, IPMC, IPPUC, FAS) recebem 159.
A Fundação de Ação Social (FAS) tem 130 veículos, dos quais 100 são do modelo Kombi. Outros órgãos com grande número de carros são a Secretaria de Governo Municipal, com 117, e o Fundo Municipal de Saúde, com 112.
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