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quinta-feira, 28 de julho de 2011

Pesquisa revela baixo teor de nutrientes na alimentação do brasileiro

Estudo mostra consumo excessivo de açúcar, sódio e gorduras saturadas em toda a população do país. Ministério da Saúde estimula alimentação saudável
 
O brasileiro combina uma dieta tradicional, baseada no arroz e feijão, com alimentos compostos por baixo teor de nutrientes e alto conteúdo calórico. Aliado ao crescente consumo de refrigerantes e refrescos, está a ingestão reduzida de frutas, verduras e legumes. Esse retrato, um alerta sobre o perfil da alimentação no país, consta na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009, módulo “Consumo Alimentar Individual”, financiado pelo Ministério da Saúde e conduzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados foram apresentados nesta quinta-feira (28), no Rio de Janeiro. (confira reportagem completa e tabelas em www.saude.gov.br)
 
De acordo com as informações da POF, apesar de haver uma ingestão satisfatória de proteínas, a prevalência de consumo excessivo de açúcares foi observada em 61% da população, já a de gorduras saturadas, em 82% das pessoas. O consumo insuficiente de fibras foi observado em 68% dos brasileiros.
 
“Esse padrão alimentar da população brasileira é mais preocupante ainda entre os adolescentes, que apresentaram um perfil com baixo teor nutricional, o que pode trazer consequências no futuro como o aumento do excesso de peso, obesidade e doenças crônicas”, alerta a coordenadora-geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Patrícia Jaime. Por outro lado, o maior consumo de feijão, arroz e salada crua foi observado entre idosos.
 
Com amostragem de 13,5 mil domicílios, a POF foi realizada com base em análises de medidas no consumo alimentar individual de pessoas com 10 anos ou mais de idade.
O Ministério da Saúde trabalha para consolidar o Plano de Ações Estratégicas para Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT). A proposta está disponível no Portal da Saúde para consulta ampliada. Ainda, o ministério dispõe para a população o Guia Alimentar para a População Brasileira.
 
CONSUMO DE SAL - A POF 2008-2009 confirma que os brasileiros consomem mais sódio do que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de até 5g diárias. De acordo com a pesquisa, o consumo médio no país está em 8,2g diárias. Emabril, a indústria de alimentos processados assinou um acordo com o Ministério da Saúde que prevê a redução gradual na quantidade de sódio presente em 16 categorias de alimentos. Algumas metas devem ser cumpridas pelo setor produtivo até 2012 e aprofundadas até 2014. No caso das massas instantâneas, por exemplo, a diminuição anual será de 30%. Ainda, há a campanha “Menos Sal. Sua Saúde Agradece”, lançada na terça-feira (26).
 
INGESTÃO DE AÇÚCAR -  De acordo com a POF 2008-2009, 61,3% da população consomem açúcar em excesso. A média de energia diária proveniente do açúcar livre para cada pessoa foi 14% do total, quatro pontos percentuais acima do máximo recomendado – mais de 10% é considerado “consumo excessivo”. Entre os altos níveis de inadequação na ingestão de açúcar, mais uma vez estão os adolescentes: 74% dos meninos e 83% das meninas entre 14 e 18 anos consomem mais açúcar do que o recomendado.
 
Na faixa etária anterior, de 10 a 13 anos, a frequência é ainda maior: 82% das meninas e 80% dos meninos abusam do açúcar livre, que é o adicionado nos alimentos. Esse percentual é superior ao dos adultos, grupo em que o consumo excessivo foi observado em 67% de homens e mulheres.  Soma-se a esse perfil o menor consumo dos alimentos protetores, tais como frutas, verduras, legumes e cereais integrais.
 
Além de ações nas escolas, a partir do Programa Saúde na Escola, o Ministério da Saúde tem investido na qualificação de profissionais da atenção básica, com inclusão de nutricionistas nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASFs). Hoje, mais de 17 mil unidades básicas contam com profissionais de nutrição e educação física, aptos a orientar os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).
 
Por Alethea Muniz e Neyfla Garcia – Ascom/MS

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