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terça-feira, 23 de agosto de 2011

Numero de clientes de Planos de Saúde cresce mais que a oferta de serviços

No último ano, planos ganham 4 milhões de clientes, aumento recorde de 9%, mas leito particular só cresce 3%

Aumentam queixas de consumidores; faturamento de seguradoras cresce 20% no primeiro semestre


ANTÔNIO GOIS na FSP

Entre março de 2010 e março deste ano, mais 4 milhões de brasileiros passaram a ter plano de saúde. Olhando a série histórica da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), iniciada em 2000, foi um crescimento recorde, de 9%, numa área que já estava em expansão.

A bonança levanta dúvidas se o setor está preparado para absorver esse crescimento chinês, como definiu o diretor-presidente da ANS, Maurício Ceschin. Analisando a expansão de leitos e o número de reclamações em órgãos de defesa do consumidor, há razões para se preocupar.

No caso dos leitos, a variação de março de 2010 a março de 2011 em todo o setor particular que não atende ao SUS foi de só 3%. No Procon-SP, de 2009 a 2010, queixas contra planos subiram 30%.

Apesar disso, há sinais de que o setor está respondendo com investimentos. Operadoras como Amil, Unimed-Rio ou Intermédica anunciaram recentemente expansão da rede própria. Movimento semelhante foi feito por grandes hospitais privados paulistas -casos de Samaritano, Einstein, Sírio-Libanês e Oswaldo Cruz- e da rede D'or, do Rio.

O crescimento se reflete também no faturamento das seguradoras. Bradesco (23%), Porto Seguro (20%) e Sul América (19%) registraram crescimento no primeiro semestre deste ano em comparação com o do ano passado. A expansão do número de beneficiários é explicada pelo crescimento da renda e da criação de empregos formais, já que a maioria dos novos planos é empresarial.

Maurício Ceschin, da ANS, diz que a agência está atenta e mapeando os problemas. Para ele, no entanto, o número de leitos não é o melhor indicador de qualidade.

"Há uma tendência mundial de desospitalização e diminuição do tempo de internação. Preferimos olhar para o tempo que o beneficiário leva para ser atendido. Por isso fizemos uma resolução [que passará a valer a partir de 18 de setembro] estabelecendo prazos máximos."

Lígia Bahia, doutora em saúde pública da UFRJ, faz análise mais pessimista. Segundo ela, houve muitas aquisições e fusões, mas pouco investimento em pesquisa e ampliação da capacidade.

Em sua avaliação, para suprir o deficit de leitos e médicos, as empresas estão enviando pacientes para a rede pública para realizar tratamentos mais caros e impondo novas condições contratuais para os médicos, alternativas que são "mais improviso do que solução". Como resultado das novas condições impostas aos médicos, a pesquisadora diz que muitos passaram a cobrar pelas consultas do paciente.

Um comentário:

  1. TENS CERTEZA QUE O SUS É O PIOR SISTEMA DO MUNDO????
    Publicado por JOEL BENTO CARVALHO em 17 agosto 2011 às 20:08 em Saúde

    Quando leio, ouço ou vejo notícias que falam muito mal do SUS, acredito que esse pessoal esteja vivendo em um mundo onde o seu umbigo é o centro dele. Não que o SUS seja esta maravilha toda. Em várias conversas e debates em foruns, muitos têm colocado, enquanto eu absolvo o SUS e conto as coisas boas que acontecem, que eu não enxergo um palmo adiante do meu nariz! Mas será que estou tão desatualizado assim? Chile com problemas de privatização de escolas e saúde, Colômbia com problemas de saúde, Estados Unidos com seríssimos problemas de saúde, agora a Europa como um todo. Saliente-se que o modelo é dos United States of America. As coisas ruins que acontecem aqui, que são exceções e que para meu gosto são muitas, lá onde onde grassa essa epidemia econômica, são regras e aos montes. Não tenho ilusão que, em dado momento, não passarei por dificuldades ao necessitar de atendimento pelo SUS, mas tenho convicção que se eu participar mais, colaborar mais, cobrar mais, dar mais idéias na minha aldeia (ITAARA-RS) mais vou receber em troca. Agora mesmo já estamos com novas instalações que em breve vão ser colocadas a disposição da população: toda a população, independente de ter plano de Saúde ou não, é atendido(ainda com atendimento limitado a fichas, mas com muitos horários de atendimento- as fichas ficam limitadas de acordo com que o médico pode atender). Somente o que fura fila não é o famoso QI, mas sim o E ou U de Emergência ou Urgência. Ninguém que procure atendimento a noite fica desprotegido. Claro, demora, há toda uma burocracia, como horário de marcação, espera para ser atendido pois há o estatuto do idoso, nada que tire pedaço, pois até nos planos privados há isso. Nem pagando consigo um atendimento instantâneo, tenho que esperar quando o médico pode atender...
    Então, entendo que casos pontuais devem ser investigadas para, primeiro, solucioná-los e depois, imputar as penas que merecem ser aplicadas.
    Normalmente o que chega até nós, via Mídia, são os tropeços, os erros médicos, as faltas de de medicamento, leitos, aparelhos para exames, a luta na justiça para conseguir internações e remédios raros, as mazelas de corrupção na área de saúde, os desvios de dinheiro, a roubalheira de fornecedores, mas as notícias das milhares de operações bem sucedidas, das milhares de vidas salvas, dos milhões de remédios distribuídos mensalmente, dos milhares de atendimentos ambulatoriais, essas nenhum Globo Repórter, Profissão Repórter, jornais nacionais, regionais, dão. Os motivos? Ah os motivos, em menor escala, vender jornais, pois sangue é sinal de ibope. Doença e seus tratamentos ou falta de, mobiliza as comadres todas e os compadres também. Vontade contrariada, Conchavos políticos e econômicos, a notícia como desagregadora de instituições para atingir os seus fins, marteladas diuturnamente, faz com que entremos na manada e, a partir daí, usemos os chavões de que não temos Sistema de Saúde, não temos médicos, não temos remédios e tudo o mais concernente.
    A notícia que o Sr Joel teve êxito numa operação de Ponte de Safena, não dá Ibope e o Sr Joel nem publica nada em nossas Mídias! Os laboratórios sim, os planos de saúde sim, os médicos medalhões sim. Então notícias do quanto pior melhor. Fora o apoio para os políticos que irão votar Leis que interessam às diversas Mídias, como uma que transita no Congresso Nacional para estender as asas do BNDES sobre elas para tirá-las de atoleiro econômica - diga-se de passagem que o BNDES sofre muito ação pressionante da Mídia.

    Este é o meu pensamento e minha luta.

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