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Uma pessoa fez essa pergunta ao tele-evangelista americano Pat Robertson, 81. A resposta foi de que o homem deveria pedir divórcio para se casar com a mulher com a qual estava saindo desde que a sua esposa piorou.
"Sei que isso soa cruel", disse o pastor. "Mas ele [o homem] deve se divorciar e começar tudo de novo, assegurando que alguém cuide de sua mulher".
A recomendação de Robertson, feita há três semanas, desencadeou uma polêmica nos Estados Unidos que está longe de terminar porque, com as pessoas vivendo mais, a incidência de Alzheimer (uma doença de idosos) tende a ser cada vez mais frequente.
Robertson tem sido mais criticado (principalmente por seus colegadas pastores) do que elogiado. Não tem faltado insinuação de que ele próprio demonstra a principal característica da doença -- a demência.
Ele argumentou que o Alzheimer é uma espécie de morte, cabendo, nesse caso, a declaração "até que a morte os separe" do sacerdote. Contudo, para Russell Moore, reitor de uma escola de teologia, o divórcio, nessa circunstância, é muito mais do que cruel. "É um repúdio ao evangelho de Jesus Cristo."
O médico Robert Stern, da Boston University School of Medicine, disse que é preciso considerar os sentimentos da pessoa doente. "Ela pode não lembrar o nome do seu marido ou mulher, mas é capaz de se relacionar", disse. "Os sentimentos são os últimos a ir embora."
O neuropsicólogo clínico David Loewenstein recomendou que o casal e a sua família discutam essa questão quando os primeiros sintomas da doença começarem a se manifestar, para que depois a decisão da pessoa com Alzheimer seja respeitada.
Nos Estados Unidos, cerca de 4,5 milhões de pessoas sofrem de Alzheimer. No Brasil, não há levantamento, mas a estimativa é de que pelo menos 1,2 milhão tenham a doença.
Com informação das agências.
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