Manoel Jeová afirma que o município está sem condições de pagar seus funcionários. Valor do déficit pode aumentar após fim de auditoria
A situação financeira do município de Icapuí parece não ser das melhores. Hospital sem médicos e equipamentos básicos. Obras paradas. Equipamentos e prédios sucateados. E servidores há dois meses sem receber salário. É o que diz o prefeito em exercício da cidade, e presidente da Câmara Municipal, Manoel Jeová da Silva (sem partido), conhecido como Cadá. De acordo com ele, que assumiu o cargo na última quarta-feira, 28 de setembro, o rombo deixado pelo prefeito cassado, José Edilson da Silva (PSDB), chega a R$ 19 milhões, acumulado desde 2005, primeiro ano da gestão de José Edilson.
O ex-prefeito, também conhecido como Irmão Edílson, e o vice Heverton Costa Silva, tiveram os mandatos cassados pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-CE) no dia 19 de setembro por abuso de poder político e econômico na eleição de 2008. Ao assumir a Prefeitura, Cadá montou uma comissão de transição para fazer uma auditoria financeira em todas as secretarias municipais. Ainda em caráter preliminar, o levantamento apontou o déficit de R$ 19 milhões, mas o valor deve aumentar.
“O nosso hospital (Hospital Municipal Maria Idalina) estava fechando. Não tinha seringa, esparadrapo, não tinha nada. Hoje não há condições de pagar os funcionários”, disse Cadá. A prioridade agora, segundo o prefeito, é sanear as contas da área de Saúde. “Um déficit desses corresponde a mais de seis meses da receita que o município recebe e inviabiliza a administração”, disse o vereador Gerônimo Felipe Reis de Souza (PT).
De acordo com a equipe de transição, o déficit provém, principalmente, de débitos de consignações descontadas nas folhas dos diversos fundos municipais e não repassados pela Prefeitura ao Fundo de Previdência dos Servidores Municipais, INSS, Imposto de Renda Pessoa Física, Contribuições Sindicais, entre outros. A expectativa da equipe de transição é que a auditoria seja concluída até a próxima semana.
Déficits
No fundo Municipal de Saúde, os débitos consignados passariam de R$ 1 milhão. E no total, somados a empenhos liquidados, não liquidados e restos a pagar, o valor chega a R$ 2.859.375. Depois da Saúde, as pastas com os maiores déficits são: Secretaria de Obras (R$ 1,095 milhão), Gabinete do Prefeito (R$ 485 mil), Fundo Municipal de Assistência Social (R$ 360 mil) e Secretaria de Administração (R$ 331).
Segundo Djair Melo, membro da equipe de transição, os servidores municipais que fizeram crédito consignado estão com o nome sujo porque a Prefeitura recolheu o valor do empréstimo na folha de pagamento e não repassou para a Caixa Econômica Federal.
O POVO não conseguiu localizar José Edilson para comentar o assunto.O vereador Gerônimo Felipe, e Djair Melo, membro da equipe de transição, não souberam informar o contato do ex-prefeito.
Por quê
ENTENDA A NOTÍCIA
O prefeito de Icapuí e seu vice sofreram ação movida pelo deputado Dedé Teixeira (PT). José Edilson é acusado de contratar 484 servidores públicos temporários, sem concurso público, no primeiro semestre de 2008.
Comentário: Icapuí já foi um município emblemático pelos avanços obtidos nas políticas de Atenção Primária em Saúde e também na Educação... Levou koke de jestão neoliberal.
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