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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

NOTA OFICIAL DA AMAI TROCA DE COMANDANTE DA PMPR

Associação de Defesa dos Direitos dos Policiais Ativos inativos e Pensionistas

"NOTA OFICIAL"

"PEDE PARA SAIR SECRETÁRIO REINALDO DE ALMEIDA CÉSAR"

O Estado do Paraná está vivendo a pior crise na área de segurança pública desde o episódio que acabou culminando com a exoneração da cúpula da segurança, no Governo Jaime Lerner, quando o Delegado Geral da Polícia Civil e o próprio Secretário de Segurança do Estado foram exonerados por determinação do Governador, após a passagem avassaladora da CPI do Narcotráfico pelo Paraná.

Dessa época até hoje muito tempo se passou e muitas coisas mudaram na estrutura da segurança pública do Paraná. Apesar das dificuldades históricas enfrentadas pelo setor de segurança, principalmente na falta de reconhecimento e valorização do policial, até a falta de efetivo, viaturas e equipamentos o que coloca a segurança pública – priorizada e cantada nas campanhas eleitorais – em papel secundário na hora do governo colocar em prática o seu plano de governo.

Hoje, o calvário está nas mãos da Polícia Militar do Paraná. Instituição sesquicentenária que presta relevantes serviços a comunidade paranaense e que vê sua autoridade maior, o Comandante-Geral Coronel Marcos Teodoro Scheremeta ser exonerado, segundo o governo, a pedido, sob alegação de motivos pessoais e necessidades familiares.

Em uma vexatória entrevista, o Secretário de segurança vem ao público no papel de porta voz do Comandante-Geral, falando pelo mesmo, sobre seus motivos particulares, enquanto o Coronel Scheremeta, visivelmente constrangido, assentia com movimentos de cabeça, em uma cena que mais pareciam um teatro infantil mal ensaiado. Na mesma toada, o Governador Beto Richa confirma a versão do Secretário de Segurança, dizendo ser o Cel. Scheremeta seu amigo e a exoneração uma decisão pessoal do Comandante.

Só que a farsa era clara e a verdade surgiu como uma tempestade, pois a Corporação estava sendo aviltada pela mentira deslavada. Os Coronéis e a tropa se insurgiram contra a dissimulada comédia e as máscaras caíram.

Enquanto em uma coletiva do Governador e Secretário apresentavam o novo Comandante-Geral, o Cel Scheremeta e alto comando concediam outra entrevista desmentindo o Secretário e, pasmem, o próprio Governador.

O Comandante-Geral foi exonerado e não pediu demissão. Segundo ele, os desentendimentos e confrontos de idéias com o Secretário de Segurança foram os motivos. As interferências indevidas na PMPR, a expropriação do Hospital da PMPR a falta de meios e possibilidade real de comando e administração da Polícia Militar é que trouxe a Corporação a mais esta vergonha. Tudo isto temperado por pedidos de promoção não atendidos pelo Cel. Scheremeta e outros Coronéis – acreditem, neste Governo isto também existe! – de um Major, até estes dias freqüentador assíduo destas salas e crítico ferrenho das promoções indevidas no Governo Requião, e um Tenente-Coronel, assecla do Secretário de Segurança. Estas foram as reais motivações que levaram a SESP a exonerar o Comandante-Geral da PMPR.

Não sabemos e talvez nunca saibamos o completo contexto deste picadeiro, onde os personagens que provocam risos talvez sejamos nós, povo do Paraná.

Um palco de falácias em que o Secretário de Segurança, Sr. Reinaldo de Almeida César, e o Governador Beto Richa, mentiram deslavadamente para os cidadãos paranaenses, em frente às câmeras e microfones.

Porém, alguns fatos são inegáveis e providências saneadoras têm que ser tomadas urgentemente para salvar os paranaenses do caos que se instalou na segurança pública paranaense. Difícil, especialmente para esta associação, sempre crítica feroz e ácida do governo anterior, admitir que às vezes, como em um surreal sonho, sombreia a saudade do encrenqueiro Requião e seu semelhante Secretário de Segurança.

Em onze meses de Governo Beto Richa, nada aconteceu. Pelo menos nada de bom, já que impostos aumentaram, verbas minguaram e os problemas se avolumaram.

Mas, para ficar somente na nossa seara da segurança pública, vemos que estamos mais falidos do que nunca.

No propalado plano de gestão e metas do Governo Richa, infinitas promessas foram feitas, mas nada foi implementada. Um governo de mil planos e projetos e nenhuma ação.

O Secretário de Segurança, Reinaldo de Almeida César declarou à imprensa, no início de sua gestão: "Quem dá a missão, fornece os meios".

Porém, ele se ateve somente a dar missões. Nada de meios. Mostrou-se o secretário do discurso desligado da ação. Público é que a SESP é uma grande máquina inoperante hoje. Os processos se avolumam na mesa do Secretário e de seu Diretor-Geral, por sinal parente do Sr. Reinaldo, sem solução e sem encaminhamento. Ouve-se pelos corredores que era melhor a "cara feia e antipatia do antecessor que resolvia, ao café com amenidades e sorrisos do atual secretário que só viaja e enrola".

No ano de 2011, nenhum policial militar foi contratado. Nenhuma viatura foi comprada ou locada. Nenhum equipamento ou armamento foi adquirido. Nenhum ganho salarial foi implementado. Nenhum, ressalte-se, NENHUM, investimento foi realizado em segurança pública.

Ao revés, o que a gestão atual do Secretário de Segurança, Reinaldo, e do Governador, Beto Richa, fez foi retirar meios e deixar minguar os recursos da já tão sofrida Polícia Militar do Paraná.

Acabaram com o fundo financeiro da PMPR, juntando tudo em um grande fundo de aplicação duvidosa. Expropriaram, em uma invasão silenciosa e dissimulada, o que restou do moribundo Hospital da Polícia Militar, construído e mantido, em boa parte, com os recursos pessoais de cada policial militar, ao longo de anos de história.

E as críticas tanto antes propaladas pelos atuais ocupantes das cadeiras deste Governo são dolorosas repetições de histórias já vividas, porém temperadas de cinismo e desrespeito mentiroso: às vésperas da Operação-Verão, não há viaturas, equipamentos e recursos para pagamento dos policiais, enquanto as solicitações repousam a meses na mesa do secretário.

O processo de admissão de novos policiais se arrasta modorramente e a promessa de inclusão de oito mil novos homens não passa de bravata que, pois até agora só acenaram com a contratação de pouco mais de duzentos. O sistema de comunicações não merece comentários, pois está reduzido ao vergonhoso caos.

E nesta lama de mentiras, onde o tão propalado e discursado plano "Paraná Mais Seguro", vendido como salvação pelo Secretário Reinaldo de Almeida César e o Governador Beto Richa não passou de mais uma promessa de campanha, joguinho entre "playboys" para enredar o povo do Paraná no canto da sereia da rede de poder dos políticos paranaenses.

E, por fim, culmina esta peça teatral na demissão do Comandante-Geral, desestabilizando ainda mais a já encarquilhada PMPR. Que não declarem se não querem. Que mintam, que se sintam mais à vontade. Mas a verdade é que a o Cel. Scheremeta foi demitido porque a Polícia Militar tem sido um joguete nas mãos incompetentes de pessoas que nada entendem de segurança pública. Se há sérios motivos, quem venham ao público e falem a verdade, como se espera dos verdadeiros homens públicos, pois segurança pública é coisa séria.

Senhor Governador Beto Richa, Senhor Secretário de Segurança Pública, segurança pública se faz com efetivo, viaturas, meios e, principalmente, respeito. A Polícia Militar do Paraná não merece ser tratada com a traquinagem adolescente de quem se aventura a passar pelos salões de Governo, brincando de viajar de avião, fazer discursos áridos e aparecer em colunas sociais, sem se preocupar verdadeiramente com o povo do nosso querido Paraná.

Agora, fica a pergunta: Que administração fará o novo Comandante-Geral, Coronel Roberson Bondaruk?

No próximo dia 28, segunda-feira, vence o prazo designado pelo Governo para implantação do subsídio aos Policiais Militares paranaenses. E pelo que se demonstra, nada vai acontecer e nenhuma vantagem será concedida aos policiais da PMPR. A Operação-verão, no litoral paranaense, acontecerá sem viaturas e sem meios, com policiais militares que farão falta em outras cidades, assombradas pela marginalidade. E o ano de 2012 continuará como este 2011, com uma polícia de fachada, fingindo que faz policiamento, mentindo para a população, porque lhe faltam pessoal, equipamentos, meios de comunicação, salário decente e dignidade, além da confiança em saber que seu Governador e seu Secretário de Segurança não mentirão em frente às câmeras quando as coisas não forem como o planejado. E, talvez, se tudo for como agora, o novo Comandante-Geral passe o Natal de 2012 em casa, cuidando de seus problemas pessoais e de sua família, enquanto a PMPR sangra aos pés daqueles que nos usam para seus fins de poder.

Sr Secretário Reinaldo, o Sr foi e é Presidente licenciado da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal do Brasil. O que o Sr faria se um Ministro da Justiça viesse a público e falasse que estava "exonerando a pedido" o Diretor Geral da Polícia Federal do Brasil, por que ele está cansado e com saudades da família? Sendo que todos sabem que realmente não é esse o verdadeiro motivo. O que o Sr Faria? Eu imagino a briga que o Sr pegaria com esse audacioso e mentiroso ministro.

Caro Secretário Reinaldo, como o Sr gosta de usar expressões militares em seus belos discursos (conhecidos no seio policial militar como o CANTO DA SEREIA) aqui vai um conselho de um velho e experiente militar que exerceu diversas funções de importância na PMPR: Quando o Comandante perde o respeito e a confiança da sua "TROPA" não resta alternativa honrosa a não ser a demissão. Portanto Secretário Reinaldo – tenha hombridade e peça para sair, o Sr não tem mais o nosso respeito e a nossa confiança. A "TROPA" fará meia volta para o Sr em todas as ocasiões. Não queremos alguém que mente para o povo do Paraná e que não fornece os meios para a missão. Quem fracassou foi a sua gestão de segurança pública não a valorosa Polícia Militar do Paraná.

Peça para sair ou siga o exemplo dos militares japoneses e cometa o haraquiri (os japoneses consideravam um privilégio e um dever o líder matar-se dessa maneira, em lugar de se submeter à desonra pública) que a sua memória será referenciada por todos os milicianos do Paraná como aquele que veio, viu, perdeu e voltou para o conforto de sua sala em Brasília, lugar, aliás, que nunca deveria ter saído.

 

Curitiba, PR, 24 de Novembro de 2011

Elizeu Ferraz Furquim – Cel. PM RR

Presidente da AMAI

Um comentário:

  1. Sábias palavras o povo do Paraná agradece cada frase reflete não apenas a sua indignação mais de um Estado inteiro, nos representes do povo estamos vendo tudo não pensem eles, que estão nos enganando ano que vem eles que nos aguardem não se reelegem nunca mais nuncaaaaaaaaaaaa mais!!!

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