"Duvanier simbolizava a política de recursos humanos do governo federal. Foi uma perda enorme" -
Miriam Belchior, ministra do Planejamento
Duvanier Paiva, que cuidava do funcionalismo federal, passou pelos hospitais Santa Lúcia e Santa Luzia, mas, sem um talão de cheque, foi barrado. Polícia vai investigar o caso
O secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Paiva Ferreira, morreu às 5h30 de ontem, aos 56 anos. Após sofrer um infarto agudo do miocárdio quando estava em casa, na 303 Sul, foi levado aos hospitais Santa Lúcia e Santa Luzia. Mas, sem um talão de cheques em mãos, teve o atendimento negado. Ele era conveniado da Geap, plano não coberto pelos dois hospitais, segundo as centrais de atendimento. Quando chegou ao Hospital Planalto - o terceiro na busca por uma emergência -, o quadro já estava avançado e os médicos não conseguiram reanimá-lo.
Procurado pelo Correio, o Hospital Santa Lúcia informou que o caso estava sendo avaliado pelo seu Departamento Jurídico. O Santa Luzia garantiu não ter qualquer registro da entrada de Duvanier na emergência. "Iniciamos um levantamento para verificar o assunto", assegurou Marisa Makiyama, diretora técnica assistencial do estabelecimento. O Hospital Planalto ressaltou que não se pronunciaria devido ao fim do expediente. Duvanier era o responsável pela gestão dos servidores públicos federais e o homem forte da presidente Dilma Rousseff para liderar as negociações com sindicatos e demais entidades representantes do funcionalismo.
O diretor-geral da Polícia Civil do Distrito Federal, Onofre Moraes, afirmou que, diante das denúncias de servidores e dos relatos levados a ele pelo Correio, abrirá inquérito para apurar as condições e o atendimento recebido por Duvanier Paiva nos hospitais Santa Lúcia e Santa Luzia. Se comprovado que houve negligência, os responsáveis poderão ser punidos. A exigência de cheque, cartão de crédito ou outros valores a título de caução para pacientes que alegam possuir plano de saúde é expressamente ilegal.
Órgãos de defesa do consumidor ouvidos pelo Correio consideraram gravíssima a recusa de atendimento a Duvanier, vítima de infarto. O artigo nº 39 do Código de Defesa do Consumidor (CDC) determina, em seu inciso 5º, que o prestador de serviço não pode exigir "vantagem manifestamente excessiva" do consumidor - caso no qual se encaixa o caução, uma vez que o próprio plano de saúde é a garantia do hospital.
Estado de perigo
Desde 2003, a Resolução Normativa nº 44 da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) também proíbe a cobrança de qualquer tipo de garantia adicional antecipada ou durante a prestação de serviço. "Não é só ilegal. É muito ilegal. Além dessas regulamentações específicas, o Código Civil protege o cidadão das cobranças abusivas no que é classificado como Estado de Perigo, que são essas situações extremas na qual o sujeito está defendendo a própria vida, como quando ele chega a um hospital buscando atendimento de emergência", enfatizou Joana Cruz, advogada do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).
O diretor-geral do Procon-DF, Oswaldo Morais, afirmou que a recusa de atendimento é injustificável, uma vez que a identificação do paciente junto ao plano de saúde é simples de ser feita. "Os hospitais conveniados mantêm contato permanente com as operadoras. Com o número do CPF, é perfeitamente possível saber se a pessoa tem ou não o plano", afirmou. E mesmo no caso de o hospital não aceitar o plano do paciente, o atendimento, diante do risco de morte, deve ser feito do mesmo jeito, com ressarcimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Morais ressaltou que o Procon pode intervir imediatamente na questão, caso seja acionado. "Nas situações em que somos avisados, podemos entrar em contato com o hospital ou com a operadora e tentar solucionar a questão rapidamente", completou. Quando há prejuízo à saúde ou nos casos de morte pela negativa do atendimento, a família deve procurar a Justiça - nos Juizados Especiais Cíveis, em ações menores do que 40 salários mínimos ou na Justiça comum, para processos com valor acima desse teto.
Joana Cruz, do Idec, assinalou que não há números precisos para esse tipo de ocorrência, mas que as reclamações de exigência de cheque-caução na rede privada de hospitais são corriqueiras. "Foi exatamente por essa frequência que a ANS baixou essa determinação", concluiu.
O título já diz tudo: O capitalismo é uma M...
ResponderExcluirSe fosse branco, tudo bem. Mas era negro. E a esquerda sempre tem que levantar esse fato.
ResponderExcluirA presidenta Dilma vai mandar apurar,pra ver se houve negligência,não presidenta não houve neglig~encia,houve desrespeito a vida humana,e avareza,se a senhora acha pouco,nós simples mortais vamos morrer mais de medo,se ele com plano de saude,morreu,por fominha dos diretores dos hospitais,e nós que dependemos do SUS,que Deus nos ajude,e nos dê saúde...Amem e Amém!!!
ResponderExcluirPois é, acho que nao se preocuparam em atender porque a vítima era negra.
ResponderExcluirMas isso mostra que atendimento à saúde não deve ser negociada por dinheiro. Saúde tem de estar 100% nas mãos do estado e não deve ser objeto de lucro. Enquanto tiver hospital trocando saúde por dinheiro a gente vai presenciar eventos trágicos como esse. O SUS tem que atender 100% da população. E ponto.
Meus sentimentos a todos que o conheciam.Concordo com tudo o que foi dito... gostaria de acrescentar outro ponto :investiguem o GEAP, o servico esta terrivel , informacoes desencontradas sao dadas na central de informacoes sobre hospitais e emergencias credenciadas. Por telefone me indicaram consultorios instituicoes e ate emergencias que nao estavam mais credenciadas ou haviam o convenio suspenso,Com uma idosa comigo precisando de atendimento imediato tive que recorrer ao SUS. Em uma ocasiao tive q pequisar diversas vezes no Geap encontrado apenas 1 hospital que atendia mais distante e no site deles . Ou ainda : tive que optar em outra feita recorrer ao pagamento.
ResponderExcluirA Morte do companheiro Duvanier Paiva, carece de um estado mais apurado da questão:
ResponderExcluirPrimeiro, acontece diariamente pelo Brasil afora, sem a repercussão dada à autoridade pública.
Segundo, todos nós GEAPIANOS, é assim que nos denominamos, sabemos de cor e salteado que os dois hospitais de Brasília referenciados há anos não atende pelo GEAP.
Terceiro, antes de chegar ao segundo hospital, passa-se obrigatoriamente na frente do HCBr - Hospital do Coração do Brasilwww.hcbr.com.br/
O Hospital do Coração do Brasil oferece uma estrutura de atendimento segmentado na assistência em patologias cardíacas, vasculares e pulmonares, e atende pela GEAP.
Quarto, temos o maior hospital público de toda Região que é o Hospital de Base, referencia em todas as especialidades médicas, inclusive transplante de coração e próximos dos outros hospitais;
Quinto e último, é necessário registrar todos os acontecimentos para emissão de juizo de valor.