nodiario.com (Maringá) via Caroline Rocha
A cesariana é a opção da maioria das mulheres no Brasil na hora de decidir pelo parto. As futuras mães parecem ignorar os dados do Ministério da Saúde (MS), que mostram que as cesáreas eletivas são as que mais representam risco para a criança.
Para descobrir o porquê da preferência de muitas mulheres pela cesariana, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) vai entrevistar 24 mil mulheres que tiveram bebê recentemente. De acordo com o MS, em 2010, 52% dos partos no País foram cirúrgicos. Na rede privada, o índice chega a 82% e na rede pública a 37%.
Em Maringá, o número de cesarianas supera a média nacional. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, em 2011, foram realizados 1.157 partos normais e 5.692 cesáreas, estatística que equivale a 84% dos procedimentos. A recomendação da Organização Mundial da Saúde é que as cirurgias deveriam corresponder a, no máximo, 15% dos partos.
O secretário de Saúde Antônio Carlos Nardi diz que a rede municipal realiza uma campanha constante para a conscientização da importância do parto normal em grupos de gestantes e durante as consultas de pré-natal, mas "infelizmente a cultura da cesárea está enraizada na mulher brasileira e o resultado deste trabalho de conscientização será a longo prazo.
Porém, não deixamos de enfatiza em todas as ações voltadas à família sobre os riscos da cesárea". As gestantes atendidas pelo SUS só são indicadas ao procedimento cirúrgico nos casos de gravidez de risco.
Habilidade médica
De acordo com o ginecologista obstetra João Maria da Silveira, muitas mães temem a dor do parto normal. Outras pensam em optar pelo procedimento natural, porém são orientadas pelos médicos para fazerem a cesárea.
"Alguns obstetras recém-formados não têm habilidade para fazer o parto natural, porque não tiveram a oportunidade de aprender na prática. Muitos não tiveram treinamento em um hospital público e este é um fator que impossibilita o profissional de fazer o procedimento", diz.
Segundo Silveira, além dos riscos de morte para a mãe e o bebê, a cesárea pode provocar complicações à saúde reprodutiva da paciente. "A mulher pode ter problemas como aderência e dores pélvicas que prejudicam a atividade sexual da mesma", explica o médico.
Riscos da cesárea
De acordo com o MS, procedimentos em que a mãe agenda o dia e o bebê nasce sem que a mulher entre em trabalho de parto, podem causar problemas de saúde, sobretudo respiratórios, na criança. No entanto, a comodidade do profissional de fazer o parto com hora marcada é um dos principais motivos para a indicação da cesárea.
"O médico possui mais de um emprego e o parto natural pode levar tanto duas horas como dez ou mais", comenta Silveira.
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