Não é novidade que a atividade física faz bem a todos. Para crianças, em especial, recomenda-se a prática de algum exercício desde cedo, principalmente para controlar a obesidade. O MMA, que virou moda através de nomes como Victor Belfort e Anderson Silva, é uma das modalidades que vem sendo estimuladas no universo infantil. Essa atitude, porém, é motivo de alerta para especialistas que estudam a estrutura muscular e esquelética.
O MMA é uma sigla em inglês traduzida como “artes marciais mistas”. E por isso mesmo é que deve ser pensada e programada. De acordo com José Inácio Salles, coordenador do Laboratório de Pesquisa Neuromuscular do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into), o fato dos pais matricularem as crianças em aulas que misturam boxe, jiu-jítsu, judô, karatê e outras lutas em uma única modalidade pode ser uma atitude precoce.
“É muito complicado, em um contexto de iniciação esportiva, oferecer tanta diversidade de golpes e técnicas”, explica Salles. Como o corpo da garotada ainda está em desenvolvimento, é importante ficar atento ao risco de lesões e às consequências que isso pode trazer aos ossos e músculos. “Acompanhando a carreira dos campeões de MMA, observo que todos começaram com tipos individuais de luta, seja o boxe ou o jiu-jítsu. Só depois optaram por esta categoria mais abrangente”, identifica Salles.
Segundo o especialista, o MMA ainda precisa passar por estudos e avaliações antes de ser apresentado com tamanha euforia para as crianças. Técnicas como judô e karatê já foram estudadas para chegarem à versão infantil. “Profissionais de educação física costumam agregar elementos pedagógicos para ensinar típicos movimentos como cair e chutar”, conclui.
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