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quinta-feira, 21 de junho de 2012

Violência contra moradores de rua deixa saldo de um assassinato a cada dois dias


Coordenador do Movimento Nacional da População de Rua, Samuel Rodrigues, acredita que a realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas no país tendem a agravar a política de limpeza social dos centros urbanos.


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- A cada dois dias, um morador em situação de rua é assassinado no Brasil. De fevereiro de 2011 a maio de 2012, foram registrados 195 casos de homicídios contra moradores de rua em todo o país. Os dados são do Centro Nacional de Defesa dos Direitos Humanos da População em Situação de Rua e Catadores (CNDDH).
Os números podem ser ainda maiores, pois as notificações de crimes contra os moradores de rua e o levantamento dessa informação são falhos.
O coordenador do Movimento Nacional da População de Rua, Samuel Rodrigues, explica o que gera esse quadro de violência.
“Como o número de pessoas vivendo nas ruas têm crescido por omissão do Estado, por ausência de políticas públicas voltadas para a população em geral, que têm gerado essas pessoas na rua; há uma repressão, uma higienização, que vem calcada em uma discriminação muito grande por parte da sociedade.”
Rodrigues acredita que a realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas no país tendem a agravar a política de limpeza social dos centros urbanos. Ele também comenta as formas de violação de direitos a que essa população é submetida cotidianamente.
“O simples fato de estar na rua já é uma violência, uma violação de direitos. Por exemplo, nós somos proibidos de entrar em espaços públicos, nós temos dificuldades de acessar os serviços básicos, como saúde – por conta da [falta de] documentação –, a própria educação. Enfim, tem uma discriminação social muito forte, como se nós fossemos os culpados por estar nessa situação.”
Em 2009, entrou em vigor a Política Nacional para População em Situação de Rua para garantir o acesso à saúde, educação, trabalho, moradia, entre outros direitos. O Movimento alega que sua implantação ainda não ocorreu de fato.
De São Paulo, da Radioagência NP, Vivian Fernandes.

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