Dois anos e meio da gestão Beto Richa. Alguns avanços arrancados na luta da brava gente da saúde. E muita reunião em que o governo faz promessas de que tudo será resolvido. E de concreto, nada.
Sem Plano de Carreira próprio desde 1997, os servidores aguardam ansiosamente o governo retomar a discussão para a implantação do Quadro Próprio da Saúde. A proposta de lei já foi discutida pela Comissão Interinstitucional de Recursos Humanos que encerrou os trabalhos em 19 de junho do ano passado.
A crise de má gestão pela qual atravessa o Palácio Iguaçu tem vitimado os servidores. Por todo o Estado, há relatos de trabalhadores com o vale-transporte atrasado. Muitos estão há quatro meses sem receber o VT. O auxílio transporte, reivindicação dos servidores e anunciado pelo governo como a solução para o problema, já nasceu defasado. O valor proposto pelo governo - R$124 - não contempla o custo com o deslocamento de casa ao trabalho.
É comum nas unidades de trabalho o despreparo das chefias, fato que causa atrito com os trabalhadores. A Secretaria de Saúde - Sesa - tem uma prática muito diferente do discurso de estado de respeito propagada pelo governador. Um exemplo é a decisão de desrespeitar o Estatuto do Servidor e prolongar o Estágio Probatório, quando o servidor se licencia por doença ou gravidez. Outro exemplo é a interpretação do Chefe de Recursos Humanos da Sesa sobre a não aceitação da Declaração Médica, o que faz com que os funcionários tenham de repor as horas afastadas para consultas médicas.
Os servidores convivem ainda com a defasagem da Gratificação de Atividade em Saúde - GAS - parte significativa do salário dos servidores. A Gratificação já apresenta defasagem de quase 20%.
Além do reajuste, os servidores exigem a incorporação da GAS ao salário, como já ocorreu com vários segmentos do funcionalismo estadual.
No caso específico da saúde, a coisa é ainda mais grave. Em meio ao abandono dos hospitais próprios da Sesa, o governo foca nas privatizações e repassa rios de dinheiro às instituições filantrópicas - por meio do programa HospSUS, da Secretaria Estadual de Saúde.
Para que a população tenha a exata noção das dificuldades de quem trabalha no setor e do desrespeito da gestão, dia 4 de junho diversos hospitais e unidades da Sesa vão interromper até 70% do atendimento à população. Uma paralisação por respeito, valorização e condições de trabalho.
Pelo Estado - A adesão ao movimento da paralisação envolverá, pelo menos, seis grandes hospitais do Estado além de outras unidades de saúde. Servidores do Hospital Regional do Litoral, em Paranaguá; Hospital Zona Sul e Zona Norte, em Londrina; Hospital Regional do Sudoeste, em Francisco Beltrão; Hospital Universitário do Oeste, em Cascavel e Hospital Lucy Requião de Mello e Silva, de Guaraqueçaba, já confirmaram a adesão à paralisação, que vai durar 12 horas.
Conforme exige a Lei, 30% dos serviços vão funcionar durante a paralisação. A expectativa é a de que até o dia 4 de junho outras unidades de saúde incorporem o movimento e parem as atividades nem que seja por algumas horas.
Paralisação dos servidores Estaduais da Saúde
4 de junho - das 7h às 19h
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