Projeto Tudo Aqui: Oposição coloca viúvas do ICI no meio do picadeiro

Empresa superestimou volume de serviços nas ruas da Cidadania

via Tadeu Veneri

O líder da bancada de Oposição, deputado Tadeu Veneri (PT), denunciou nesta segunda-feira, 6, que o estudo básico do Projeto Tudo Aqui superestima o número de atendimentos em Curitiba para estabelecer o preço final do contrato, de R$ 2,9 bilhões, para a empresa que vencer a concorrência da Parceria Público Privada, que vai gerir o programa no estado. Com base em informações repassadas pelo Instituto Curitiba de Informática (ICI) à empresa Shopping do Cidadão Serviços e Informática Ltda , responsável pelo estudo, Veneri constatou que os números de atendimentos efetuados nas ruas da Cidadania são inferiores aqueles apresentados na planilha do programa.

Um dos exemplos citados por Veneri diz respeito aos números correspondentes aos atendimentos na Secretaria Municipal de Finanças, na Rua da Cidadania da Matriz. Enquanto o relatório do ICI mostra uma média de 4,1 mil atendimentos mensais, o estudo do Tudo Aqui programa 9,4 mil atendimentos no mês. No Boqueirão, o levantamento do ICI mostra 3,5 mil atendimentos mensais. No estudo da Shopping do Cidadão, a regional aparece com 3, 9 mil atendimentos. 

Entre os dados informados pelo ICI, estão também os serviços prestados envolvendo a Urbs. O ICI informa que são 20.056 atendimentos na Matriz, 3.266 no Boqueirão e 8.143 no Pinheirinho. O projeto básico aponta 24. 866 na Matriz, 8.349 no Boqueirão e 10.442 no Pinheirinho. 

Para Veneri, o aumento da média de atendimentos mensais beneficia a empresa que vencer a concorrência para operar os nove centros de atendimento ao cidadão programados para o estado. "Aumentando-se a média, cobra-se mais do estado por serviço prestado", afirmou o deputado. Ele disse ainda que a comparação entre a planilha do ICI e o estudo revela um escândalo em curso. "Tudo está superdimensionado. É um escândalo. Não tem outra palavra: é corrupção pura", disse o líder da Oposição durante a sessão plenária. "Não é possível que alguém em sã consciência queira levar esse projeto adiante", declarou o deputado.