Especialistas apresentam trabalhos que mostram que as pessoas que recebem a transferência de renda têm alta taxa de ocupação
na página do MDS (dica do Reinaldo Del Dotore)
Brasília, 13 – "O que podemos perceber é que estão no Bolsa Família os pobres que mais trabalham", destacou nesta terça-feira (13) a pesquisadora da Universidade Católica de Salvador (UCSAL), Ângela Borges, durante o debate Bolsa Família e Trabalho, em Brasília. Ela, que coordenou a segunda mesa do encontro, concluiu que os resultados apresentados até então demonstram "o inverso do mito conservador, que indica um possível 'efeito preguiça' a partir do programa".
A questão foi confirmada pelo técnico do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Luís Felipe Batista. Ele apresentou trabalho concluído no final do ano passado, onde foram avaliadas diversas pesquisas realizadas sobre o programa de transferência de renda, que completa 10 anos em 2013. Batista mostrou que, apesar de existirem dados heterogêneos, há uma preponderância de resultados que demonstram que não existe este ‘efeito preguiça’, bem como existe um consenso entre os estudiosos de que o Bolsa Família reduz o trabalho infantil.
Segundo o secretário nacional de Renda de Cidadania do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Luis Henrique Paiva, outro palestrante, os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) demonstram um crescimento na quantidade de beneficiários com carteira assinada, passando de 16,8% em 2005 para 23,6% em 2011. No mesmo período, houve um salto ainda maior naqueles que realizam a contribuição previdenciária, indo de 25,5% para 34% nos seis anos.
Segundo Paiva, uma ação importante para ampliar a formalidade envolve uma maior comunicação com os beneficiários do Programa Bolsa Família. “Muitos ainda não sabem que as regras do programa de transferência de renda permitem que as famílias, por um certo tempo, tenham renda superior ao limite mensal de R$ 140 per capita”, destacou. Ele também registrou a importância do retorno garantido, que garante que o benefício volte a ser pago, de maneira desburocratizada, para aqueles que se empregaram, deixaram de receber e perdem esta fonte de renda.
A pesquisadora do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Universidade Federal de Minas Gerais (Cedeplar/UFMG), Ana Maria Hermeto, apresentou estudo que demonstra que há uma maior taxa de ocupação e menor taxa de desemprego entre os beneficiários da transferência de renda, quando comparados com aqueles que não recebem recursos do programa. Na faixa etária entre 25 e 59 anos, na área rural, 62,6% dos beneficiários trabalham, ante 56,3% dos não beneficiários. Os dados dão semelhantes nas áreas urbanas não metropolitanas (55,5% e 48,6%, respectivamente) e ainda maiores nas áreas urbanas metropolitanas (52,3% e 42,7%).
Ana Maria ressalvou que, apesar de os estudos feitos até hoje apresentarem resultados importantes, eles ainda precisam avaliar as peculiaridades da população de baixa renda, como as diferenças etárias e as questões de gênero, por exemplo. “É uma tarefa que nós, que estamos nas universidades, temos: avaliar os dados mais desagregados, aprofundar as pesquisas para podemos identificar onde ainda existem gargalos”, reforçou a pesquisadora da UCSAL, Ângela Borges.
O debate é o primeiro encontro do Ciclo de Debates 10 Anos do Programa Bolsa Família: Avanços, Efeitos e Desafios. O ciclo será realizado em cinco encontros entre acadêmicos, pesquisadores, representantes governamentais e a sociedade para discutir a importância do programa de transferência de renda para a trajetória escolar das crianças e jovens, a participação dos beneficiários no mercado de trabalho, os padrões de consumo das famílias, o impacto do Bolsa Família no desenvolvimento regional e a gestão das políticas sociais.
Mas... mas... segundo meus amigos instruídos e de barriga cheia, o Bolsa Família é um "criadouro de vagabundos"...
Agora não sei se acredito nos fatos ou na opinião de meus amigos pagadores-de-impostos... afinal... são meus amigos, logo, devem estar certos!
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"O que podemos perceber é que estão no Bolsa Família os pobres que mais trabalham", destacou nesta terça-feira (13) a pesquisadora da Universidade Católica de Salvador (UCSAL), Ângela Borges, durante o debate Bolsa Família e Trabalho, em Brasília. Ela, que coordenou a segunda mesa do encontro, concluiu que os resultados apresentados até então demonstram "o inverso do mito conservador, que indica um possível 'efeito preguiça' a partir do programa".
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