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quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

[Crise!!! É a crise!!!] Agências de brasileiros lucram até US$ 2,5 bilhões ao ano com aluguel de casa em Orlando

no Estadão

Tocados do Brasil ou dos Estados Unidos, negócios rendem até US$ 2,5 bilhões ao ano


Quando pegou o avião para sua primeira experiência internacional, o publicitário Wendel Ferrari não poderia imaginar que voltaria para casa com um novo negócio na cabeça: alugar casas para brasileiros em Orlando, nos Estados Unidos. O local havia sido escolhido por Ferrari para passar a lua de mel em 2010.

Atualmente, ele é dono da Temporada na Disney, agência que da cidade de São Bernardo do Campo, na grande São Paulo, faz a intermediação da locação de 60 imóveis na Flórida, um dos destinos prediletos do turista brasileiro. Basicamente, a proposta é levar brasileiros para casas de outros brasileiros erguidas nas imediações da Disney. 

"É um ótimo negócio. Operamos com 65% de taxa de ocupação o ano inteiro, mesmo com o dólar valorizado do jeito que está", analisa o empresário paulista, que comercializa pacotes que em média giram em torno de US$ 1.137 para sete dias em casas com três suítes e piscina. "Eu fui viajar de lua de mel e achei os preços de locação muito em conta. Era o equivalente ao que pagaria em um hotel quatro estrelas, mas com a comodidade de estar em uma casa grande. Quando voltei, comecei a estruturar um plano para entrar nesse negócio", conta Ferrari, que recebe 20% do valor dos alugueis como comissão e já comprou uma casa na cidade, que ele também coloca para alugar. 

Outro que lucra com os aluguéis para temporada na Flórida é Martonio Pinto, da Orlando Fun Rentals. Mineiro de Ipatinga, ele está desde 1985 nos Estados Unidos, onde migrou inicialmente para estudar. Em 2005 Martonio abriu a empresa, que hoje administra 67 propriedades (95% de brasileiros) e fatura US$ 2,5 milhões por ano.

"Nosso alvo é o público interno, que responde por 65% das transações. Mas os brasileiros vem em seguida, com 25% de participação. Ainda temos uma procura grande dos canadenses e europeus", conta Martonio, que cobra uma diária de US$ 180 por casas com quatro dormitórios e piscina. "O preço é um atrativo, tanto para o publico daqui (EUA) quanto para os brasileiros. Mas tem o inconveniente de precisar fazer a limpeza. Oferecemos pacotes para lavar a louça e arrumar a cama a partir de US$ 85", revela.

Análise. De acordo com o professor Tales Andreassi, coordenador do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP), a oportunidade de lucro, de fato, chama a atenção nesse setor. No entanto, ele faz uma ressalva quanto ao universo da concorrência, que se ainda não é grande, tem tudo para crescer. 

"É um nicho interessante, mas não tem muitas barreiras de entrada. É muito fácil encontrar brasileiros donos de casas para locação nos EUA, montar um site e começar a operar. Isso pode ser um problema daqui a pouco tempo para esses empresários", diz.

Uma solução aventada pelo especialista é o investimento em serviços agregados, além do foco em crescimento rápido. Isso pode fazer com que os atuais empresários do ramo adquiram porte e, dessa forma, estejam preparados para disputar espaço em um mercado onde o preço é determinante. "Tem de crescer, ampliar o número de casas e de alugueis para negociar diárias menores."

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