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segunda-feira, 7 de julho de 2014

Curitiba: Residência em Psiquiatria forma profissionais na realidade do SUS

via PMC

O Sistema Único de Saúde (SUS) é uma das maiores e mais complexas estruturas de saúde pública do mundo. Atuar no SUS é uma experiência que, além da formação técnica, exige dos profissionais de saúde sensibilidade e conhecimentos específicos. Foi pensando nisso que a Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba lançou este ano a Residência em Psiquiatria. Desde março, um grupo de seis médicos participa da especialização, que tem abordagem comunitária e estratégias voltadas para as políticas públicas em saúde mental.
Com duração de três anos, a especialização é credenciada pelo Ministério da Educação e orientada por psiquiatras da rede municipal. Oferece aos profissionais a vivência no SUS, incluindo atendimentos ambulatoriais, unidades básicas de saúde, de pronto atendimento (UPA) 24 horas, clínica hospitalar, Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e Consultório na Rua. “A intenção é formar profissionais com uma concepção de saúde ampliada, que respeita as diversidades e mantém o paciente inserido em seu território, utilizando toda a estrutura do SUS para isso”, explica o secretário municipal da Saúde, Adriano Massuda.

Entusiasta da importância da residência feita no SUS, a psiquiatra Sabrina Stefanello é uma das orientadoras da especialização. “Minha formação em psiquiatria foi hospitalar e não saí preparada para trabalhar em uma rede tão complexa como a do SUS. Aprendi o funcionamento de cada setor na prática e esse é o principal ganho desta residência”, afirma.
Segundo ela, a residência garantirá aos profissionais conhecimento de toda a estrutura da saúde, como cada setor pode contribuir no tratamento dos pacientes e, principalmente, como se comunicar com esses setores. “Enfatizamos muito a importância da comunicação entre os setores e da responsabilidade que cada profissional tem com os pacientes, mesmo depois que ele migrou para outro serviço”, explica.
A médica residente Letícia Santos trabalhou um ano com o Programa Saúde da Família e outro na Marinha antes de iniciar a especialização em psiquiatria na rede municipal de Curitiba. “Aqui tenho a oportunidade de trabalhar com pacientes com as mais diversas necessidades em saúde mental e discutir a melhor forma de atuar em cada uma delas”, diz.
Residência
As atividades são desenvolvidas na forma de treinamento em serviço, por meio da integração ensino-serviço, e os conteúdos envolvem ações de promoção, prevenção e reabilitação individual e coletiva.
Um diferencial do programa de residência é o funcionamento do campo de estágio em um território definido. Os residentes atendem pacientes em dispositivos assistenciais com complexidades diversas dentro deste território e isso permite que construam na prática o trabalho na rede.
A avaliação dos residentes é feita por meio do acompanhamento dos orientadores nas visitas domiciliares, análise de atendimentos, discussão dos casos clínicos, análise de casos, grupo de trabalho, discussão de temas, conceituação teórica e elaboração de trabalhos científicos e projetos de intervenção.
Criança e Adolescência
A Secretaria também está ofertando desde o início deste ano a subespecialidade de Psiquiatria Infantil e da Adolescência. Com um residente, esta especialidade – que  equivale ao quarto ano de psiquiatria – se propõe a aprimorar os conhecimentos clínicos do médico residente para oferecer um atendimento ainda mais especializado na área da saúde mental para crianças, adolescentes e familiares e também otimizar o trabalho intersetorial com todos os envolvidos na reabilitação da criança e do adolescente e no fortalecimento da rede de apoio como a família, escola, unidades básicas de saúde, locais de abrigo e conselho tutelar.
“Para cuidar de crianças e adolescentes é essencial uma abordagem diferente da utilizada com os adultos. Aprender essas diferenças e sutilezas no tratamento faz uma grande diferença na sua efetividade”, conta Andrea Stachon, orientadora da subespecialidade de Psiquiatria Infantil.

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