na página do TCE/PR
Reunidos em sessão plenária nesta quinta-feira (3), os conselheiros do
Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) emitiram Parecer Prévio
pela regularidade das contas do governo estadual, referentes ao
exercício de 2013. O relator do processo, conselheiro Ivan Bonilha,
apresentou, ainda, 15 ressalvas, quatro determinações e dez
recomendações ao Executivo. Sua proposta de voto foi aprovada por
unanimidade.
Entre as ressalvas está o investimento em saúde abaixo do que determina
a Constituição Federal. Segundo o Artigo 198 da CF, os Estados devem
aplicar na área, anualmente, o mínimo de 12% da arrecadação dos
impostos. Porém, ao longo de 2013, o governo estadual investiu 11,22%
desse valor, ou R$ 2,3 bilhões.
A análise do balanço aponta que também não foi atingido o investimento
mínimo em ciência e tecnologia. A Constituição Estadual determina, em
seu Artigo 205, que a aplicação no setor seja de, pelo menos, 2% da
receita tributária. Contudo, o Executivo direcionou apenas 1,62% deste
montante, o equivalente a R$ 245,1 milhões.
Por outro lado, os investimentos em educação superaram a determinação
constitucional. Ao longo de 2013, o Estado do Paraná aplicou R$ 6,9
bilhões na manutenção e desenvolvimento do ensino público. O valor
equivale a 33,06% da receita resultante de imostos, quando o mínimo
constitucional é de 30%.
Finanças
A gestão financeira do estado apresentou aspectos positivos e
negativos. A LDO previa um superávit primário de R$ 1,1 bilhão no
exercício. No entanto, o que se verificou foi um déficit da ordem de R$
744,4 milhões. Por outro lado, o resultado nominal foi satisfatório: o
acréscimo do montante da Dívida Consolidada Líquida, no período, foi de
R$ 435,5 milhões, enquanto a LDO estabelecera um acréscimo de R$ 700,2
milhões.
Outro motivo de ressalva às contas do Executivo foi a insuficiência de
disponibilidade. Segundo aponta o relatório, o resultado financeiro no
exercício apresentou, inicialmente, suficiência de caixa de R$ 981,5
milhões, após o governo saldar compromissos. Considerando-se, contudo,
os Restos a Pagar Não Processados do Exercício - ou seja, aqueles
pendentes de pagamento -, no valor de R$ 1,7 bilhão, o que se verificou
foi uma insuficiência de disponibilidade de R$ 679 milhões.
Pessoal
No exercício de 2013, tanto o limite geral com gastos com pessoal, como
os limites de cada um dos Poderes foram respeitados. As despesas com
pessoal do Poder Executivo, no entanto, permaneceram, ao longo de todo o
ano, dentro do limite prudencial, tendo sofrido um aumento de 1,20% se
comparado com o de 2012.
Não obstante, o relatório constata que, ao longo de 2013, houve uma
tendência de diminuição dos gastos com pessoal: se comparado com o
primeiro quadrimestre, os gastos do último quadrimestre diminuíram
3,15%. Embora extrapolando sua competência, o documento comprova que a
tendência de diminuição continuou no exercício de 2014. Assim, no
primeiro quadrimestre deste ano, o Paraná saiu do limite prudencial.
Quanto ao Paranaprevidência, todos os três fundos apontaram superávit
atuarial, no exercício de 2013, de R$ 238,1 milhões. Responsável pela
gestão das aposentadorias e pensões dos servidores públicos estaduais, o
serviço social autônomo apresentou um Resultado Patrimonial de R$ 111,9
milhões no Fundo de Previdência, de R$ 313,1 milhões no Fundo
Financeiro e de R$ 4,7 milhões no Fundo Militar.
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