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quinta-feira, 21 de agosto de 2014

#Aeciosabedenada também sobre financiamento do SUS



Em 20/08/2014 a revista(???) VEJA publicou matéria sobre o candidato do Leblon a presidência da república com a expressiva chamada:


Tucano criticou a presidente-candidata Dilma Rousseff, dizendo que o governo petista diminuiu os investimentos aplicados na área da saúde”.


A matéria é muito elucidativa do “modus operandi tucanus”, que mistura mentiras com desinformação, vomita uma quantidade absurda de dados equivocados e acaba abrindo as portas para a privataria.


Tentarei abordar o lixo, digo, a fala do candidato do Leblon por partes:



"O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, afirmou na manhã desta quarta-feira que, se eleito, vai sanar as contas do Sistema Único de Saúde (SUS) e corrigir a tabela que determina o valor repassado pelo governo para pagamento de procedimentos médicos."


SANDICE: Vai “sanar as contas do SUS”??? Será que o candidato tem a menor ideia do disparate que pronunciou? Ele bem que podia pedir  para a sua assessoria (omissa) que aponte UM só país do mundo, com população acima de 100 milhões de habitantes, que tenha um sistema de saúde universal e integral e que esteja com suas contas “sanadas”. Unzinho só...



O tucano afirmou que o governo da presidente Dilma Rousseff deixou de repassar verba para a saúde e que os investimentos caíram nos últimos doze anos, período em que o PT está no comando do país.

"Quando o PT assumiu o governo, algo em torno de 54% de todos os investimentos eram financiados pela União. Passaram-se doze anos e hoje apenas 45% são financiados pela União. Isso significa que municípios e Estados são obrigados a pagar essa diferença. É algo ilógico. Os que menos têm são levados a gastar cada vez mais com saúde", disse. 


MENTIRA: O dinheiro colocado pelo governo federal no bolo do SUS aumentou 93% desde o começo dos governos do PT. O investimento per-capita também aumentou. O que diminuiu foi a participação percentual (fatia) do governo federal dentro bolo. Esta diminuição se deu principalmente pelo aumento da participação de estados e municípios, e não pela diminuição da fatia do governo federal. 



"Não há hoje no Brasil um município que gaste menos de 25% da receita com saúde, quando o piso constitucional é de 15%."


MENTIRA: Sim há municípios que gastam menos do que 25% do seu orçamento próprio em saúde. 

Curitiba gasta 21%, o que não é pouco, mas não teve outra saída diante da omissão do (des)governo do estado "pilotado" pelo Bebeto Bronzeado (aliado do Aécio) que NUNCA investiu em saúde sequer o piso mínimo constitucional. 

O governo Tarso Genro (PT) no RS conseguiu aumentar o gasto em saúde em 3 anos, passando a cumprir os 12% constitucionais. Os investimentos em saúde duplicaram: de R$ 5,49 bi (2007-2010) p/ R$ 9,53 bi (2011-2014). Quando Tarso assumiu, o  RS - que era (des)governado pela tucana Yeda Crusius - estava entre os estados que investiam menos em saúde. Hoje esta posição de "liderança do desfinanciamento do SUS" é ocupada pelo Paraná.




Sobre o repasses de verbas ao SUS, o candidato afirmou que a tabela precisa ser corrigida com urgência. "Vamos enfrentar (a defasagem) com aumento do financiamento que vai vir a partir de uma proposta que está sendo votada no Senado. Mas, obviamente, só vou tratar de números no momento em que estiver no governo e com todas as informações que infelizmente nós não temos hoje", disse.


SANDICE: Resolver as dificuldades do SUS com a panaceia da “correção da tabela” é fazer o jogo dos prestadores e do complexo industrial da saúde. Os países do mundo que tem a situação do financiamento de seus sistema de saúde minimamente sob controle já abandonaram há décadas os pagamento por tabela de serviços - dito ‘fee for service’. O ‘fee for service’ é um saco sem fundos, gerador de fraudes e indutor de produção indiscriminada de serviços que não guardam necessariamente relação com a demanda. 


Por essa e por outras, foi que recentemente o ministro Arthur Chioro declarou – ACERTADAMENTE – que vai extinguir a tabela do SUS.


Os grandes hospitais dos grandes centros de nosso país já não recebem mais por tabela há muitos anos. Existe uma sistemática de pagamento global ('Contratualização') por serviços com valores fixos mensais acrescidos de valores variáveis atrelados a  planos de metas, indicadores de produção e de qualidade.



Acompanhado pelo governador Geraldo Alckmin, candidato à reeleição, Aécio visitou um caminhão itinerante equipado com instrumentos capazes de realizar exames de prevenção ao câncer em mulheres. O presidenciável afirmou que pretende ampliar o número de mulheres atendidas pela iniciativa privada e expandir o programa para todas as regiões do pais. 

COERÊNCIA: Aécio prometeu aumentar o butim da iniciativa privada.
  

Caminhando pelas ruas do centro de São Paulo, Aécio cumprimentou eleitores, tirou vários selfies, visitou lojas e fez corpo a corpo com pedestres. Em uma das lojas de varejo mais populares do bairro do Brás, comeu esfihas e coxinhas e tomou suco de laranja.


COERÊNCIA: Aécio comeu coxinhas.



Em tempo: Os comentários acima não significam EM ABSOLUTO que eu acredite que o SUS não tenha problemas de financiamento. SIM O SUS TEM PROBLEMAS DE FINANCIAMENTO. Apenas acredito que estes problemas não podem ser reduzidos a simplificação infantil de "corrigir a tabela do SUS".

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