Vamos entender primeiro: programa no papel é uma coisa; governo implementando programas é outra. Depende de uma articulação política que, continuo achando, vai muito além das condições de Marina Silva.
Posto isso, não há como deixar de reconhecer: o programa de Marina Silva é uma explosão de modernidade. A maneira como aborda o conceito de gestão pública - não o "choque de gestão", ms com a participação social em todos os processos -, suas críticas ao financiamento privado de campanha, a posição frente a todas as minorias - gays, pessoas com deficiência -, a falta de receio em romper com esse anacronismo moral nacional, torna o programa um marco nas plataformas políticas brasileiras.
Espera-se que, a partir dele, os demais candidatos rompam de vez com esse receio de afrontar o velho.
Quando se lê o capítulo econômico, ficam mais claros os paradoxos da frente que apoia Marina.
O programa defende o tripé econômico, o aprofundamento do ajuste fiscal e o sistema de metas inflacionárias. Coloca o superávit fiscal como pré-condição para a redução dos juros.
Mais uma vez deixa os juros no centro das políticas públicas, colocando as demais a reboque.
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