O parto domiciliar e aqueles feitos em centros médicos assistidos por enfermeiras obstetras são melhores para mães e, muitas vezes, mais seguros para os bebês, disse um órgão do governo britânico, em um anúncio que poderá fazer com que centenas de milhares de crianças nasçam fora de hospitais.
Cerca de 700 mil bebês nascem a cada ano na Inglaterra e no País de Gales, nove em cada 10 em unidades obstetras chefiadas por médicos em hospitais.
O Instituto Nacional para Saúde e Excelência em Atendimento, órgão consultivo do sistema de saúde público britânico, disse que 45% das mulheres estão em risco muito baixo de complicações e poderiam dar à luz em outros locais.
O órgão disse ser importante oferecer mais opções às mulheres, como parto domiciliar ou em centros com enfermeiras obstetras na própria comunidade ou perto de um hospital.
Independente do local, a entidade afirmou que deve haver uma parteira para cada mulher em trabalho de parto.
Menos complicações
Para as 'mães de primeira viagem', o número de partos sem intervenções médicas foi maior naqueles realizados em casa e em centros de parteiras do que em hospitais.
Mas há um risco maior de problemas médicos graves para o bebê, incluindo morte natimortos, para partos domiciliares.
Em mulheres que já tiveram pelo menos um filho, a taxa de intervenções médicas também foi maior em partos realizados fora de hospitais.
Não está totalmente claro por que há altas taxas de intervenções médicas durante partos em hospitais, mas acredita-se ser uma combinação de mulheres que se sentem mais confortáveis em um ambiente familiar e com parteiras conhecidas.
Há também a preocupação de alguns médicos que podem estar muito interessados em usar intervenções clínicas.
"Os trabalhos liderados por parteiras têm melhores resultados para as mães do que as unidades obstétricas e salas de parto tradicionais", disse Susan Bewley, professora de obstetrícia complexa da Universidade King's College, de Londres, e parte da equipe que desenvolveu as novas diretrizes do órgão de saúde britânico.
"(Esses tipos de partos) podem ser particularmente adequados para todas as mulheres porque as taxas de intervenção são mais baixas".
A ênfase, segundo ela, é na escolha de cada mãe diante de diferentes necessidades. As orientações aplicam-se apenas a mulheres com baixo risco de complicações.
Fatores que aumentam o risco incluem a mulher estar acima de 35 anos, pressão alta, doenças cardíacas ou anemia.
Cathy Warwick, da Universidade Real de Enfermaria Obstétrica, disse que "a evidência mostra que se mulheres não têm nenhuma complicação na gravidez, elas terão melhores resultados se puderem fazer estas opções".
Ela disse, no entanto, ser necessário mudanças no sistema de saúde público britânico e mais unidades com enfermeiras obstetras.
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