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segunda-feira, 6 de abril de 2015

Diagnóstico de Minas Gerais depois do (des)governo Aécio Neves: Qual a situação da saúde?

Qual é a situação encontrada?


De acordo com a Secretaria de Saúde, o rombo na área é de R$ 1 bilhão e 500 milhões. Faltam medicamentos, hospitais, ambulâncias e centros de exames para atender a população do interior do estado.



Uma antiga demanda dos mineiros que vivem no interior, os hospitais regionais estão parados ou ainda nem tiveram as obras iniciadas.


Oito obras de hospitais estão atrasadas e paralisadas, três nem começaram a ser construídos e apenas um, o de Uberlândia, foi concluído. Sem ter a quem recorrer, a população do interior procura assistência na Grande Belo Horizonte. O efeito disso é a superlotação. Hoje, 52% das internações na capital são de pacientes de cidades do interior do estado. Só o Hospital Regional de Governador Valadares, um dos que teve as obras suspensas, teria capacidade para cobrir 80 cidades e uma população de 1,5 milhão de habitantes da região.


Um levantamento feito pelo Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil (CNES), detectou que entre janeiro de 2006 e janeiro de 2015, houve uma redução de quase 5 mil leitos nos hospitais que atendem a rede SUS. Eram 37 595 leitos e, agora, são 32 612. São vagas que antes eram administradas por hospitais estaduais, municipais, universidades federais e instituições filantrópicas.


A situação se repete com o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Até o final do ano passado, apenas 25% dos municípios mineiros tinham acesso ao serviço. Um levantamento nacional identificou que Minas Gerais era o terceiro estado do país com a menor cobertura das ambulâncias. O cenário só era pior em Rondônia e Tocantins.


Assim como em outras áreas, muitos problemas de falta de planejamento e falhas de gestão impediam que os recursos para investir na saúde chegassem aos municípios. Em 2014, por exemplo, foram retidos R$ 93 milhões de repasses federais que deveriam ter sido destinados às prefeituras. O recurso era destinado a 309 hospitais.

Entre 2010 e 2014, foram firmados 4,5 mil convênios com os municípios e prestadores de serviços para a aquisição de veículos, reformas em unidades de saúde, equipamento e material. O valor total desses convênios era de R$ 1,1 bilhão. A maioria deles, exatos 63%, nunca foi pago, o que representa um calote de R$ 730 milhões.

Há casos de mineiros que não encontram medicamentos que são ofertados na rede pública. Em janeiro deste ano, por exemplo, faltavam 165 tipos diferentes de medicamentos na rede pública. 77 desses remédios eram do grupo de alto risco, fundamentais para manter os pacientes com vida.




Numa visita de rotina ao operador logístico foram encontrados medicamentos vencidos ainda armazenados, volume que aponta para uma estratégia equivocada de aquisição e distribuição.

O que já está sendo feito:


Nos primeiros 3 meses, o Governo de Minas Gerais conseguiu ampliar a rede do SAMU para mais 153 municípios que não eram atendidos. Mais 2,7 milhões de mineiros passaram a ser assistidos pelas ambulâncias. Agora, 55% das cidades já são assistidas pelo serviço. O objetivo é fazer com que o SAMU alcance todas as regiões de Minas Gerais.

O serviço de distribuição de medicamentos, hoje, é terceirizado. Para aumentar o controle e evitar a falta de remédios, o governo também está revendo esse mecanismo e estudando a melhor maneira de suprir as necessidades dos mineiros.

Os planos de construção dos hospitais regionais estão sendo revistos. O objetivo dessa análise é verificar a viabilidade técnica e se eles estão sendo de fato erguidos nas regiões que mais carecem de assistência. O governo também está analisando os motivos que levaram à redução de leitos hospitalares na rede estadual de saúde e pretende ampliar a oferta.

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