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sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Mandetta e os povos indígenas: o futuro é incerto


no Outra Saúde (via e-mail)

MAIS UMA DO FUTURO MINISTRO

Ontem mesmo falamos aqui sobre o futuro incerto de povos indígenas e como sua saúde deve ficar ainda mais fragilizada. Isso porque o novo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, faz parte da bancada ruralista, que tradicionalmente se opõe aos direitos dessas populações. Pois o pessoal do Diário do Centro do Mundo resgatou uma lembrança importante: Mandetta participou presencialmente de um conflito entre fazendeiros contra índios Guarani Kaiowá  da reserva Marangatu, em 2015, quando morreu um indígena, Simão Vilhalva.

Essa reserva é reconhecida pela Funai, mas espera demarcação na Justiça desde 1999. Há três anos, 40 indígenas anunciaram que ocupariam a sede da fazenda da presidente do Sindicato Rural do município de Antonio João, Roseli Ruiz. Em uma reunião no Sindicato, Roseli disse a cerca de 60 fazendeiros que os Guarani-Kaiowá queriam invadir a cidade e atear foto nas residências. Mandetta estava lá; a futura ministra da Agricultura, Tereza Cristina, também. 

E Mandetta acompanhou os fazendeiros e seus jagunços até o local do confronto. Foi quem afirmou que, pela rigidez do corpo, o Simão Vilhalva estava morto desde horas antes do confronto ("Isso eu posso afirmar, aquele homem não morreu nesse momento em que ouvimos o tiro, mas não sei dizer como e quando foi"). Só que ele mesmo também relatou, numa entrevista, que não conseguira se aproximar do corpo, e só o vira a 10 metros de distância. Depois, o laudo médico desmentiu sua versão: a morte tinha sido mesmo no período em que o conflito acontecia.


E ISSO TAMBÉM

Lembra que Mandetta é investigado por ter favorecido uma empresa de informática quando secretário de Saúde de Campo Grande (MS)? Segundo as investigações, ele atuou para que a companhia Telemídia ganhasse uma licitação de quase R$ 10 milhões, mesmo não tendo sido a primeira colocada na concorrência. Agora, o Globo descobriu notas fiscais e recibos mostrando que essa empresa pagou por voos particulares de Mandetta na Amapil Táxi Aéreo. Aconteceu poucos meses depois do favorecimento, quando ele já não era secretário e estava como pré-candidato a deputado federal. À reportagem, Mandetta admitiu que voou de graça, mas não pediu que a Telemídia pagasse: "Aí é uma questão ligada lá com a Amapil. Na época, eu solicitava muito os voos para o irmão do proprietário. Ele falava 'pode usar, não tem problema'. E a gente usou nessa fase de pré-campanha".

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