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quarta-feira, 18 de março de 2009

Tratamento integral de câncer no SUS não será possível, afirma especialista

Todo hospital habilitado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para atender pacientes com câncer deverá oferecer um tratamento integral. Isto é o que determina uma nova portaria do Ministério da Saúde. No entanto, o presidente do Conselho Nacional de Saúde, Francisco Batista Junior, não acredita que o procedimento será possível, por causa da falta de financiamento do governo.

O atendimento integral ao paciente com câncer prevê que seja feito, em um mesmo hospital, a operação do tumor, a quimioterapia ou a radioterapia e, se precisar, a realização de um novo cuidado, como uma cirurgia plástica reconstrutora.

Porém, Francisco Batista lembra que para isso ocorrer é necessário investimento financeiro, pois mais de 90% dos procedimentos de tratamento do câncer realizados pelo SUS são feitos na rede privada contratada:

"Equivocadamente nós temos uma dependência enorme do setor privado. Obviamente é um setor que, para prestar serviço ao SUS, utiliza a lógica de mercado e geralmente cobra valores bastante elevados. Então, nós temos sempre uma insuficiência de financiamento e vamos ter sempre se essa dependência continuar."

Durante o ano de 2009, o governo federal deverá investir em toda a rede do SUS aproximadamente R$ 48 bilhões. Mas, Batista diz que o número não é o suficiente, nem para atender a demanda que existe hoje, quanto mais outros procedimentos.

Em todo o país, cerca de 54 mil pessoas aguardam na fila da radioterapia. No Hospital de Câncer de Barretos, por exemplo, a demora para o tratamento chega a 120 dias.

De São Paulo, da Radioagência NP, Desirèe Luíse.

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