Recomeçou nesta sexta-feira (14) a greve dos médicos do Programa de Saúde da Família de Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais. Apenas metade das equipes esteve nos postos de saúde durante o dia e atendeu apenas casos de gripe A (H1N1). Esta é a segunda greve da categoria, que pede aumento de salário e melhores condições de trabalho. A primeira ocorreu em junho e durou oito dias. “O motivo [desta segunda paralisação] foi que a prefeitura não deu prosseguimento às negociações”, aponta o médico Domingos Aloísio Camporez.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) reconhece o direito de greve dos médicos, mas desta vez decidiu intervir para evitar que a paralisação se estenda por muito tempo. “Eles [os representantes dos médicos do PSF] fizeram uma comunicação no MPT informando que iriam entrar em greve. Eu chamei os representantes do sindicato e tive uma conversa com eles, inclusive para perguntar o que era, e falei que eu iria fazer uma mediação com a prefeitura”, relata a procuradora Patricia Blanc Gaidex.
Na segunda-feira, haverá a primeira audiência mediada. “Nós buscamos aproximar as partes”, explica Patrícia. Na condição órgão imparcial, o MPT reúne os lados conflitantes e tenta encontrar uma solução. “A nossa intenção imediata é o retorno às atividades”, afirma a procuradora.
O secretário de RH da Prefeitura, Eliseu Chociai, disse na quinta-feira à Gazeta do Povo que não seria possível atender às reivindicações dos médicos, porque o salário deles chegaria a 18 mil reais, superior ao do prefeito, mas Camporez alega que essa é uma distorção do verdadeiro pedido deles. “O nosso pleito é por um aumento de 1.990 reais”, corrige. O ganho atual de um médico do PSF é cerca de R$ 8 mil.
Camporez lembra ainda que a Prefeitura aprovou para este ano aumento de salário para o prefeito, o vice, os secretários e os vereadores superior a 40%, enquanto o reajuste dos médicos foi de 5%. “O que nós queremos é que o nosso salário se equipare ao de outros médicos do PSF”. Segundo ele, o de Ponta Grossa é um dos mais baixos.
Em uma tentativa de negociação, a Prefeitura adiantou que apresentaria em até 60 dias um plano de carreira que beneficiaria diversas categorias. Mas os manifestantes do PSF preferiram não esperar por essa possibilidade. “A gente duvida que isso saia do papel”, justifica Camporez.
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