De Christiane Samarco, da Agência Estado:
Foi o maior vexame da reta final do troca-troca partidário para os candidatos às eleições do ano que vem. Depois de decidir deixar o DEM e acertar seu ingresso no PSB com a direção nacional socialista, o senador Adelmir Santana (DEM-DF) convidou a família, os amigos, e os funcionários do gabinete parlamentar para a festa e, simplesmente, não apareceu por lá. Adelmir já patrocinou o "grande mico" da temporada.
Estava tudo preparado para que a assinatura da ficha de filiação ao Partido Socialista Brasileiro ocorresse em cerimônia pomposa, marcada para as 11h na sede da legenda. Auditório lotado e enfeitado, com direito à reprodução ampliada de uma fotografia de um Adelmir sorridente, ao lado do líder do PSB na Câmara, Rodrigo Rollemberg (DF), com quem o senador negociara as "condições" para mudar de partido.
Na plateia, a mulher Maria José, duas filhas - Cynthia e Juliana - e o filho Glauco, além de duas irmãs e um irmão. Nervoso com o atraso sem qualquer explicação, Rollemberg tentava em vão localizá-lo pelo celular. Fora de área.
Foi uma hora e 20 minutos de indefinição até que o próprio senador telefonou e deu a notícia: "Estou sofrendo uma pressão tremenda desde a madrugada. Vão tomar meu mandato. Não dá para sair". Àquela altura, o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (PSDB), já havia mobilizado a direção nacional do DEM, seu vice Paulo Octavio e um helicóptero para levar Adelmir até a residência oficial de Águas Claras.
"Foi uma vergonha danada. Eu preferia perder o mandato", confidenciou o líder do PSB no Senado, Antonio Carlos Valadares (SE), ao colega Renato Casagrande (ES), diante do espanto geral com o recuo de Aldemir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário