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terça-feira, 17 de novembro de 2009

Brasil tem 7,5 milhões de pessoas diagnosticadas com diabetes

no Portal da Saúde do MS



A cada dez segundos, uma pessoa morre no mundo em consequência das complicações do diabetes – são 3,2 milhões de mortes por ano. Pelo menos, uma em cada dez mortes entre adultos de 35 a 64 anos no mundo por conta da doença. No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, estima-se que existam cerca de 11 milhões de portadores de diabetes - sendo que 7,5 milhões já sabem que tem a doença. Em todo o mundo, há 246 milhões de pessoas com diabetes. Até 2025, esse número deve chegar a 350 milhões, de acordo com a Federação Internacional de Diabetes (IDF).

No Dia Mundial do Diabetes (14 de novembro), o Ministério da Saúde faz um alerta para população: “as pessoas precisam fazer mudanças nos seus hábitos de vida. É necessário ter uma alimentação adequada, manter o peso na faixa normal, fazer atividade física regularmente, manter-se informado para o autocuidado visando à promoção de uma vida mais saudável”, afirma Rosa Sampaio, coordenadora Nacional de Hipertensão e Diabetes do Ministério da Saúde. Considerada epidemia mundial, a enfermidade está relacionada ao envelhecimento da população, ao sedentarismo, a dietas pouco saudáveis e ao aumento da obesidade.

O estudo de Vigilância de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde, mostra que 5,2% dos 54 mil entrevistados nas 26 capitais brasileiras e no DF declararam ter diabetes. O dado de 2008 indica estabilidade em relação aos anos anteriores: 5,3%, em 2006 e 2007. Para a coordenadora geral de Doenças e Agravos Não-Transmissíveis, da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde, Deborah Malta, o estudo só apresenta o universo daqueles que já têm um diagnóstico prévio de um médico. “Como ele é um inquérito autoreferido de uma morbidade, o dado pode ser subestimado. Mas é muito útil para o Ministério planejar suas políticas e serviços, como por exemplo, o planejamento de compras de medicamentos para a doença”.

NAS CAPITAIS – No Vigitel 2008, 4,6% das pessoas do sexo masculino afirmam ter o diagnóstico da doença. Entre as mulheres, o percentual foi de 5,6%. Palmas foi a capital com menor percentual de pessoas que responderam ter diagnóstico médico de diabetes (2,4%). Rio de Janeiro e Natal tiveram as maiores freqüências (6,7%) (veja tabela de capitais logo abaixo). “Isso pode ser explicado por alguns fatores. Um deles é o que reflete o acesso ou mesmo a oferta de serviços de saúde nessas capitais que têm alta incidência do diabetes. Outra explicação para alta incidência em cidades como Rio e baixa em cidades como Palmas é a pirâmide etária. Onde há grande número de população idosa, a incidência tende a ser maior”, explica Deborah Malta.

O diagnóstico de diabetes aumenta com a idade e também é mais freqüente entre os entrevistados com até oito anos de escolaridade. A frequência no diagnóstico da doença é menor entre pessoas com mais de oito anos de estudos.

Percentual (%) de homens e mulheres por capital que
declararam ter diagnóstico médico de diabetes:

Capitais/DF

Total

Masculino

Feminino

Aracaju

5,8

4,9

6,5

Belém

3,8

3,8

3,8

Belo Horizonte

5,0

4,4

5,6

Boa Vista

3,3

2,5

4,2

Campo Grande

6,1

4,9

7,1

Cuiabá

4,1

4,1

4,0

Curitiba

4,4

4,6

4,3

Florianópolis

4,6

3,7

5,4

Fortaleza

5,3

4,6

5,8

Goiânia

3,6

3,7

3,6

João Pessoa

5,3

4,6

5,9

Macapá

4,2

4,7

3,7

Maceió

5,0

4,7

5,2

Manaus

4,3

5,4

3,3

Natal

6,7

6,6

6,8

Palmas

2,4

2,4

2,5

Porto Alegre

6,4

6,8

6,1

Porto Velho

4,7

3,9

5,5

Recife

5,2

5,0

5,4

Rio Branco

4,4

4,1

4,7

Rio de Janeiro

6,7

5,1

8,0

Salvador

4,7

4,3

5,1

São Luís

3,2

2,5

3,7

São Paulo

6,5

5,9

7,1

Teresina

4,8

4,2

5,3

Vitória

4,3

3,9

4,7

Distrito Federal

4,4

4,5

4,3


COMBATER - Para tratar as pessoas com diabetes, o Ministério da Saúde fornece gratuitamente medicamentos orais para diabetes (Glibenclamida, Glicazida e Metformina) e as insulinas NPH e regular, assim como os insumos (fitas e glicosímetros) para monitoramento da glicemia e seringas para aplicação de insulina. A diabetes é cuidada em diversos setores do sistema público, desde a Atenção Básica até a Alta Complexidade. Envolve ainda, entre outros, setores de vigilância, capacitação de profissionais, pesquisas e gestão.

O Ministério vem desenvolvendo, desde 2007, a Estratégia Nacional de Educação em Saúde para o autocuidado em Diabetes, que tem como linha norteadora a educação em saúde, para desenvolvimento de autonomia dos portadores para o autocuidado , como parte fundamental tanto da promoção da saúde como do tratamento da doença.

A estratégia prevê a construção de uma rede de tutores e multiplicadores em âmbito regional, estadual e local. Foram formados os primeiros 126 tutores nacionais representantes dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal. Cada profissional formado repassará o aprendizado para dez outros, construindo uma rede para que a atividade de educação em saúde seja disseminada e mais qualificada, com vistas a ajudar na redução de complicações crônicas e salvar vidas. Os 1000 tutores locais dessa rede atuarão como ativadores nas comunidades das diferentes regiões do país, cuja capacitação ocorrerá em fevereiro 2010.

SOBRE O DIABETES

O diabetes mellitus é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia (quando há falta de insulina ou ela não atua de forma eficaz, causando um aumento da taxa de glicose no sangue) e associadas a complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos sangüíneos. A insulina é produzida pelo pâncreas e é essencial para que nosso corpo funcione bem e possa utilizar glicose (açúcar) como principal fonte de energia.

Além de atingir todas as faixas etárias, inclusive a mulher grávida, a doença não tem distinção de sexo, raça e condições sócioeconômicas. É, portanto, uma doença de alta prevalência, que requer vários procedimentos e o trabalho de equipe multidisciplinar para o seu controle. Quando bem controlada, evita complicações agudas e crônicas.

Existem meios, cientificamente comprovados, para prevenir a doença (diabetes mellitus tipo 2) e suas complicações agudas e crônicas. A sobrevida do portador tem aumentado significativamente, o que favorece o surgimento das complicações crônicas com custos socioeconômicos elevados. O diabetes está associado a várias outras doenças crônicas não-transmissíveis como hipertensão arterial, doença coronariana e cerebrovascular, neuropatias periféricas, lesões renais, levando até a insuficiência renal crônica terminal, retinopatia diabética.

HISTÓRICO

Criado em 1991 pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e a International Diabetes Federation/IDF, como uma resposta a crescente preocupação diante da ameaça de escalada de número de casos de diabetes em todo o mundo; o “Dia Mundial do Diabetes” que é comemorado anualmente em 14 de Novembro. Essa data foi escolhida para marcar o aniversário de Sir Frederick Banting, um dos pioneiros na investigação do diabetes. Em 2007, tornou-se um dia do calendário oficial das Nações Unidas. É representado pelo logotipo de círculo azul que é o símbolo mundial da diabetes.

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