na Agência Brasil
Rio de Janeiro - A editora da Escola Politécnica de Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) lançou hoje (9) o livro A Silhueta do Invisível: a Formação de Trabalhadores Técnicos em Saúde no Mercosul, reunindo as principais exposições e trabalhos apresentados no seminário sobre o tema, realizado em novembro do ano passado na própria escola. Participaram dos três dias do encontro 30 expositores e 400 especialistas de vários países da América Latina.
O objetivo do seminário foi promover a discussão sobre diferentes maneiras de formação técnica na área da saúde nos países do Mercado Comum do Sul, o Mercosul, objetivando uma base que permita a absorção da mão de obra técnica no setor pelos quatro países membros da comunidade, mais os estados associados, como a Bolívia.
Além do idioma, a principal diferença verificada entre os sistemas educacionais é que o Uruguai, a Argentina e o Paraguai mantêm a formação apenas no ensino superior, enquanto o Brasil forma técnicos de nível médio em cerca de 20 campos de atuação, como da enfermagem, radiologia, de laboratório de análises clínicas e de vigilância sanitária.
O livro é dividido em três partes: a primeira reproduz as intervenções dos representantes oficiais sobre as perspectivas das negociações para a integração na área da saúde. Ainda embrionária, esta discussão se restringe a aspectos econômicos e científicos, não contemplando a formação acadêmica dos profissionais.
A segunda parte retrata a reunião até então inédita dos responsáveis pela formação dos técnicos, tanto da área da educação quanto da área da saúde. No Brasil, por exemplo, os técnicos em enfermagem seguem a formação da saúde e recebem a certificação da educação. Variantes desta realidade, encontradas nos países vizinhos, foram também abordadas no seminário e estão registradas no livro.
Finalmente, a terceira parte traz o relato das nove experiências apresentadas no seminário por quatro países: o Brasil, a Argentina, Bolívia e Costa Rica, além do documento final do seminário, no anexo que resume em quatro páginas os principais temas discutidos.
A professora e pesquisadora Marcela Pronko, uma das organizadoras do livro, adianta que o público alvo são os encarregados da negociação no Mercosul, os formadores da mão de obra técnica em saúde, os próprios técnicos e os pesquisadores não só da área do Mercosul, como da América Latina.
“O idioma diferente não é apontado como entrave essencial para a integração dos técnicos no mercado de trabalho comum do Mercosul”, garante a professora, uma argentina com 15 anos de Brasil e três na Fiocruz. “A língua é mais difícil no relacionamento diário, na vida cotidiana”.
Segundo Marcela Pronko, as diferenças na formação técnica em questão estão no número de horas/aula e nas áreas de habilitação disponíveis, além de particularidades nacionais. No Uruguai, por exemplo, a Universidade da República é a única responsável pela formação na área da saúde, enquanto o Paraguai enfrenta a forte evasão de mão de obra na área de enfermagem e técnica de enfermagem para os países da União Europeia, sobretudo a Espanha.
A Silhueta do Invisível: a Formação de Trabalhadores Técnicos em Saúde no Mercosul tem tiragem de mil exemplares, a serem distribuídos gratuitamente a instituições públicas no Brasil e na América Latina, mas pode ser adquirido por interessados na livraria virtual da Escola Politécnica de Saúde, no endereço www.epsjv.fiocruz.br. A partir da próxima semana, no mesmo site será possível fazer o download grátis. As exposições e trabalhos foram publicados no idioma dos autores.
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