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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

OMS estuda fim da pandemia



Especialistas se reúnem hoje em Genebra para avaliar a situação da doença, que tem diminuído de intensidade em todo o mundo
na Gazeta do Povo com informações da Agência Estado
Diante de uma crise de credibilidade, a Organização Mundial da Saúde (OMS) prepara um plano gradual e uma fase de transição a fim de decretar o encerramento da pandemia de gripe suína. A entidade reúne hoje, em Genebra, seus maiores especialistas em influenza para determinar se a doença já superou sua fase mais aguda. Se isso for constatado, esse seria o primeiro passo para a de claração do fim da pandemia do vírus H1N1, que causou 16 mil mortes no mundo. No Brasil, porém, não há previsão de mu dança na estratégia de enfrentamento da doença.
O último boletim da OMS aponta que o vírus está ativo no mundo, mas a intensidade tem permanecido baixa. A pandemia de gripe foi decretada em junho de 2009 e o alerta foi elevado para o nível máximo em uma escala de graduação de 1 a 6. Agora, 15 especialistas vão se reunir para avaliar a situação. A OMS garante que, por enquanto, não há na agenda a possibilidade de que o encontro declare o fim da pandemia.

Para a entidade, o inverno no Cone Sul nos próximos meses e o comportamento do vírus serão fundamentais para que se tome uma decisão. Um dos alvos de maior atenção será o sul do Brasil, além da Argentina e do Chile. “O vírus ainda pode ser uma ameaça significativa à medida que caminhamos em direção ao outono e inverno (no Hemisfério Sul)”, afirma Keiji Fukuda, chefe da divisão de influenza na OMS.
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil mantém, até o momento, todas as ações da estratégia para enfrentamento de uma possível segunda onda da gripe pandêmica. A vacinação começa em 8 de março e a expectativa é imunizar pelo menos 62 milhões de pessoas. Nos países ricos, no entanto, milhões de vacinas compradas acabaram encalhadas, enquanto o vírus acabou se mostrando mais suave do que o previsto.
Parlamentares europeus questionam os motivos da declaração da pandemia e a OMS está sendo obrigada a rever suas regras. Para especialistas da entidade, que pedem anonimato, a estratégia da organização a partir de agora é a de reconstruir sua credibilidade. A estratégia de comunicação, a tática política e a orientação científica seriam optar por um período de transição e, em alguns meses, anunciar oficialmente o fim da pandemia.
Sem mudanças na prática
No Paraná, o secretário de estado da Saúde, Gilberto Martin, afirma que, na prática, a avaliação da OMS não gera mudanças por enquanto e que a vacinação está mantida. “Não é por decreto que a doença vai deixar de existir.” O Paraná foi o estado do Brasil com maior taxa de mortalidade por gripe A (H1N1) a cada 100 mil ha bitantes, com 294 mortes e 63.893 casos confirmados.
O infectologista Stefan Cunha Ujvari, autor do livro A História da Humanidade Contada pelos Vírus, concorda que a avaliação da OMS não traz mudanças na prática. “É um plano estratégico para que as nações todas fiquem atentas, cubram aeroportos e portos, para que fiquem fiscalizando fronteiras. Na medida em que decretam o fim da pandemia e a gripe A (H1N1) passa a ser sazonal, a conduta dos governos não muda, continuam com cobertura adequada, vacinação.”

Circulando
O último boletim da OMS aponta que o H1N1 continua ativo no mundo, mas com intensidade baixa.
Américas
Tanto do lado tropical quanto na zona temperada, o influenza continua circulando em níveis baixos. A atividade do vírus tem diminuído e permanecido baixa na maioria dos países. Na América Central e no Caribe, a transmissão continua, mas a intensidade do vírus diminuiu ou não se alterou.
África
No norte da África, a transmissão do influenza persiste, mas houve declínio da atividade do vírus no último mês. Na África Subsaariana, a transmissão é esporádica na maior parte do continente. Vários países do oeste continuam reportando aumento no número de casos confirmados, mas nenhum deles tem divulgado aumento das doenças respiratórias.
Europa
Vírus continua circulando na Europa Central e no sudeste da Europa, mas a intensidade permaneceu baixa na maior parte dos países. Apenas Grécia, Bulgária, Turquia, Eslováquia, República de Moldova e Rússia reportaram intensidade moderada de doenças respiratórias.
Ásia
No sudeste asiático, vários países reportaram tendência de aumento de doenças respiratórias, mas a intensidade permaneceu baixa, assim como na Índia, no Nepal, em Bangladesh e no Sri Lanka. No leste, a transmissão persistiu, mas também tem diminuído na maioria dos países da região (China, Japão e Coreia).
Fonte: OMS

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