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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Pacientes enfrentam fila na Farmácia Especial


na Gazeta do Povo


Quem retira medicamentos na Farmácia Especial, em Curitiba, precisou de paciência ontem. Mesmo quem chegou cedo enfrentou muita fila e esperou horas para ser atendido. Por volta das 17h30, cerca de 100 pessoas ainda aguardavam atendimento.

A agente de saúde Pâmela de Barros tentava, pelo quarto dia consecutivo, conseguir o medicamento para a mãe, que sofre de enfisema pulmonar. “Tenho vindo desde segunda-feira, mas todos os dias estava cheio e acabei desistindo. Hoje (ontem) é o último dia e tive de ficar, estou faltando no trabalho”, reclamou a moça, que estava no local desde as 13h30.
Com a virada do mês, quem não retira o medicamento perde o direito ao benefício. Para voltar a receber a medicação, é preciso entrar com um novo pedido, que será novamente analisado. Esse processo pode demorar até 45 dias. “Os dois remédios que pego aqui custam juntos quase R$ 500. Não tenho como pagar por isso”, conta Pâmela.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, o movimento intenso na Farmácia Especial nos últimos dias se deve ao calendário. O feriado de carnaval reduziu o número de dias úteis para atendimento. Além disso, hoje a farmácia estará fechada para realização de serviços internos, como ocorre sempre no último dia útil do mês. A junção desses fatores fez com que o atendimento se concentrasse. Somente ontem foram realizados 1.064 atendimentos. Na quarta-feira este número foi de 953 e na terça-feira, de 900.
Atualmente estão cadastrados para receber medicamentos excepcionais mensalmente 22.578 pacientes. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, estão sendo tomadas medidas para reduzir o fluxo de pacientes na sede da farmácia especial. Parte dos pacientes já retira o medicamento em outros pontos, como a Fun dação Pró-Renal e a Associação de Parkinson. A instalação de uma segunda sede da Farmácia no Centro Regional de Espe cialidades também deve diminuir as filas.

COMENTÁRIO: Esta situação na Farmácia de medicamentos excepcionais é recorrente. A questão principal não é  falta de verbas ou de medicamentos. É uma questão de LOGÍSTICA.
Se existem alguns grupos grandes de pacientes - como por exemplo os transplantados renais - que fazem uso contínuo de medicamentos, é possível, tranquilamente, sem qualquer problema, estabelecer um calendário e até mesmo entregar o medicamento na residência do usuário. Os custos seriam mínimos diante do benefício.
O que não pode é admitir que o SUS tenha investido alguns milhões de Reais em tratamento de alto-custo para melhorar a vida dos usuários, para depois colocá-los (ou aos seus familiares) na fila da Farmácia, ou mesmo -em situação extrema - correr o risco de perder o enxerto por dificuldades na obtenção de um medicamento QUE ESTÁ ESTOCADO NO OUTRO LADO DO BALCÃO.

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