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A tuberculose é a doença que mais mata pacientes com Aids no país, sugere estudo realizado por equipes do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Fiocruz) e do Departamento de Medicina da Universidade Johns Hopkins (EUA).
De acordo com a pesquisa, realizada durante um ano com 1.774 pacientes (859 do Rio e 915 de Baltimore), a tuberculose foi responsável por 32, 4% das mortes no Rio Janeiro, seguida da criptococose (11,8%) e do sarcoma de Kaposi (11,8%). Os resultados foram publicados na revista científica "Aids".
Em Baltimore não houve nenhuma morte relacionada à tuberculose: 17,8% dos óbitos foram por problemas cardiovasculares e 8,9%, devido ao uso abusivo de drogas.
Trata-se do primeiro estudo que comparou as causas de morte pela doença usando metodologia idêntica. Ao longo do período, 79 pacientes faleceram, 34 no Rio e 45 nos EUA.
Segundo a infectologista Beatriz Grinsztejn, autora da pesquisa, o objetivo do estudo era avaliar a mortalidade um ano após o início do tratamento. "Queríamos entender quais são as razões que estão levando os nossos pacientes à morte. Conseguimos descobrir as causas e identificar os momentos de maior risco", afirmou. No Brasil, o maior risco de mortalidade está nos 90 primeiros dias de tratamento, enquanto nos EUA o risco é igual no ano todo.
Para Grinsztejn, o risco de mortalidade é maior no Brasil porque os pacientes ainda são diagnosticados tardiamente. "Quando eles chegam ao sistema de saúde, já estão com a doença instalada e avançada".
Segundo Ronaldo Hallal, assessor técnico da Unidade de Assistência e Tratamento do Programa Nacional DST/Aids do Ministério da Saúde, a tuberculose é, de fato, a doença infecciosa que mais mata os pacientes soropositivos no país.
Ele diz que o ministério tem ações específicas para tentar identificar a doença mais precocemente: intensificar o diagnóstico de HIV em pacientes com tuberculose, reforçar a busca de casos em pacientes com HIV e testar pessoas que tiveram contato com o bacilo da tuberculose no passado para iniciar tratamento profilático.
"São estratégias que têm como objetivo ampliar o tratamento e reduzir a mortalidade, já que a tuberculose está emergindo no mundo todo, especialmente nos países em desenvolvimento", afirmou Hallal.
O pneumologista Virgílio Tonietto, professor da PUC-RS, diz que o Brasil registra cerca de 100 mil novos casos da doença por ano. "A tuberculose ainda é muito presente. O paciente soropositivo precisa de cuidados redobrados", diz.
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