Médicos que só cuidam de pacientes internados e, ao mesmo tempo, entendem de administração hospitalar. O movimento dos hospitalistas começa a ganhar força no Brasil, após 14 anos de consolidação em hospitais americanos renomados como a Mayo Clinic, o John Hopkins Hospital e instituições da Harvard Medical School.
O modelo é assim: a partir da internação, o hospitalista "assume" o doente. Decide do antibiótico ao tipo de alimento mais apropriado. Passa também a ser o interlocutor com a família do doente e com o plano de saúde.
Ao menos oito hospitais brasileiros -entre eles o Santa Isabel, em Blumenau (SC), o Mãe de Deus, em Porto Alegre (RS), e o Santa Izabel, em Salvador (BA)- já adotaram o modelo. A área ainda não é reconhecida no Brasil.
Para a Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados), o movimento crescerá porque se traduz em melhoria da qualidade assistencial e em maior segurança.
Estudos mostram que, com esses profissionais, houve redução da mortalidade e do tempo de internação. As despesas hospitalares também caíram em até 30%. Hoje, são mais de 20 mil hospitalistas atuando por lá.
"O hospitalista acompanha o paciente o tempo todo dentro do hospital e está familiarizado com tecnologia da informação, pesquisa médica e protocolos clínicos", explica o médico Guilherme Brauner Barcellos, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Hospitalar.
Henrique Salvador, presidente da Anahp, diz que o gerenciamento do risco sempre esteve focado nas unidades críticas (UTIs) e que, agora, passa a ser estendido para pacientes menos graves.
O Hospital Santa Isabel, de Blumenau, incorporou hospitalistas no seu corpo clínico em agosto de 2009 e já colhe frutos, como a redução do tempo de internação (de 10,4 dias para 7,6 dias).
Segundo o médico Roger Rodrigues, no início, houve "ciumeira" dos clínicos por deixar seus doentes aos cuidados dos hospitalistas. Depois, aceitaram a ideia. "É um caminho sem volta."
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