no Opera Mundi
A OMS (Organização Mundial da Saúde) disse nesta sexta-feira (03/12) que são precisos pelo menos 350 médicos mais e dois mil enfermeiros para poder atender os doentes de cólera no Haiti e poder combater a epidemia, que já dura sete semanas.
Eric Laroche, diretor-geral adjunto da OMS para ações em crise, assinalou que os casos de cólera no país continuam crescendo, embora a taxa de mortalidade tenha caído. "A taxa de mortalidade agora é de 3,5%, enquanto que há algumas semanas chegou a ser de 9%", disse.
Segundo os últimos dados do Ministério da Saúde do Haiti, já houve cerca de 84 mil casos de cólera, e mais de 1.880 mortos, dos quais 130 são crianças menores de cinco anos.
Laroche destacou especialmente a necessidade de mais médicos e enfermeiros, assim como de pessoal de apoio, já que a cólera é uma doença cujo tratamento requer uma atenção constante. "Acabo de voltar do Haiti e estive em hospitais onde havia uma enfermeira para 40 pacientes de cólera, quando a norma é que haja uma enfermeira por cada dois doentes. O tratamento requer atenção constante, troca do soro, hidratação etc".
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O funcionário da OMS disse que alguns hospitais, embora haja unidade de tratamento de cólera "os doentes morrem à noite por falta de pessoal". Laroche também respondeu às alegações de por que não aconteceu uma campanha de vacinação contra a cólera perante o início do surto. "A decisão de não vacinar foi tomada faz tempo e de acordo com vários critérios", afirmou.
Segundo ele, a vacina só pode ser aplicada em maiores de 12 anos, sendo duas doses com dez dias de intervalo - o que representa grandes problemas de infraestrutura. Além disso, se trata de uma vacina cara - a US$ 10 as duas doses para uma pessoa - e que só existe uma vacina anticólera aceita pela OMS. "Esta vacina só protege por um ano, e quando foi testada na Indonésia, o custo se elevou para US$ 18 por pessoa", acrescentou.
E finalmente, outro empecilho é que se trata de uma vacina oral, que deve ser diluída em água potável, algo difícil de encontrar no Haiti. Por isso, Laroche insistiu na necessidade que se reforcem as campanhas de prevenção nas comunidades, quanto a higiene, maior acesso a água limpa, e saneamento.
"Estamos trabalhando com nossos parceiros para elevar a conscientização nas comunidades, de modo que se possa evitar a infecção com a bactéria o quanto for possível, e para que em cada comunidade haja um centro de reidratação", insistiu.
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