Por Rudá Ricci no Nassif Online
Nassif,
Não tenho como concordar com você. É evidente que desde Taylor não existe modelo de gestão neutro. E o modelo Anastasia, que agora inspira Dilma Rousseff, vem do Reino Unido como crítica ao Estado de Bem-Estar Social.
Começou com a gestão Thatcher e avançou em algumas novas versões, apoiada em Osborne ou, em outro momento, no downsizing. Há uma farta literatura a respeito. Não se trata de mero comando de gestão, mas de concepção sobre cidadania e a noção de público.
Por exemplo, no Brasil se constrói um outro modelo, denominado de Gestão Participativa em Rede (GPR) que você pode acessar em www.tvcultiva.com.br. Começou com a gestão Thatcher e avançou em algumas novas versões, apoiada em Osborne ou, em outro momento, no downsizing. Há uma farta literatura a respeito. Não se trata de mero comando de gestão, mas de concepção sobre cidadania e a noção de público.
Sendo objetivo: estes modelitos excluem qualquer possibilidade de controle social sobre a gestão. Se afastam, portanto, de todo modo petista de governar e seus princípios. É um modelo empresarial dos mais centralizadores e se inspira em teorias funcionalistas, onde a instituição (e não as relações e dinâmica social) são o centro da administração.
O Estado não pode se apoiar nesta concepção típica de mercado, de disputa de mercado em que a empresa é o começo, meio e fim da existência do modelo de gestão.
Comentário
Está confundindo instrumentos gerenciais com modelos políticos. O Bolsa Família é um modelo extraordinariamente bem sucedido de uso de ferramentas gerenciais. O programa de biodiesel, idem. O programa de agricultura familiar, idem. Todos se escudam em modelos de gestão e convivem harmoniosamente com as Conferências Nacionais, que são a versão presencial desse trabalho colaborativo.
Hoje em dia qualquer modelo moderno de gestão coloca o cliente como foco. No serviço público o cliente é o cidadão. Se defino que a meta é melhorar o atendimento do cidadão em tantos porcentos, uso ferramentas de gestão para medir os resultados e acertar o rumo. É perfeitamente possível e é utilizado.
Portanto, não são as ferramentas que definem os objetivos. É o gestor ou o político.
Comentarei com mais detalhes na Coluna Econômica de domingo.
COMENTÁRIO DO BLOG DO MARIO:
Recomendo vivamente acompanhar (e intervir) nos comentários no Nassif. Nós que vivemos/trabalhamos/ defendemos o SUS precisamos fazer esta discussão urgentemente.
Concordo plenamente!!!
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