Na opinião do ginecologista e obstetra Marcelo Guimarães, do Hospital Evangélico, referência em gestações de alto risco, as mulheres vêm deixando para engravidar somente depois que sua carreira profissional ou situação financeira estão estabilizadas. O problema é que, mesmo com os avanços na tecnologia, a gravidez adiada ainda oferece diversos riscos à mãe e à criança.
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- Gestação exige controle do peso
Mãe tardia
A idade da mulher interfere na qualidade da saúde da mãe e do feto.
Probabilidade de gravidez
- Acima de 35 anos: 15%
- Acima de 40 anos: de 3% a 5%
Risco de aborto
- Acima de 35 anos: 18%
- Acima de 40 anos: 36% a 40%
Risco de síndrome de Down
- Acima de 35 anos : um caso para cada 250 nascimentos
- Acima de 40 anos : um caso para cada 100 nascimentos
Concepção assistida
Chances crescem com fertilização
Quem tem dificuldades para engravidar pode contar com avançadas técnicas de concepção assistida. Segundo o ginecologista e obstetra do Hospital Nossa Senhora das Graças e da Clínica de Reprodução Humana Fertway, Francisco Furtado Filho, dinheiro e estrutura emocional são imprescindíveis nessa hora.
A fertilização in vitro, também conhecida como bebê de proveta, representa a etapa mais avançada no tratamento do casal infértil e, muitas vezes, a única forma de se alcançar a gravidez. Cada tentativa custa entre R$ 15 mil e 18 mil.
Os casais devem estar preparados para se submeter a pelo menos três tentativas. A fertilização resulta em gravidez em 30% dos casos em mulheres de até 35 anos, índice que cai para 10% em mulheres acima dos 40. Ou seja, não há garantia de que o tratamento resulte em gravidez. “O casal precisa manter uma estrutura psicológica para enfrentar a angústia e a frustração. O problema é que, por causa do alto custo do tratamento, muitos deles abrem mão do apoio profissional, mas isso muitas vezes é fundamental”, diz Furtado.
Estrutura financeira também pode ajudar na hora de escolher os embriões mais saudáveis se a opção foi pela fertilização in vitro. De acordo com o médico, já existe uma técnica denominada hibridização genômica comparativa, capaz de fazer um estudo genético do embrião no quinto dia de fertilização para descobrir aqueles de melhor qualidade. O procedimento pode ser realizado em clínicas especializadas no Brasil e até em Curitibaao preço médio de US$ 4 mil.
De acordo com o chefe do Setor de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Santa Cruz, Dilermando Pereira de Almeida Filho, a chamada “gravidez tardia” – depois dos 35 anos – é classificada como de alto risco por comprometer a saúde da gestante e também a qualidade do embrião. Hipertensão e diabete podem ser desencadeadas nesta idade caso a mulher tenha predisposição genética ou histórico familiar dessas doenças. Tanto uma como a outra são situações que podem adiantar o término da gravidez. “Isso não significa que a gestante, necessariamente, vá entrar em trabalho de parto antes, mas, devido a complicações que essas doenças podem provocar, como a pré-eclâmpsia, o médico pode optar pelo adiantamento do parto para salvar o bebê, a mãe ou até ambos”, explica Dilermando.
Fertilidade
O médico Marcelo Guimarães ressalta que a fertilidade feminina, intimamente relacionada à idade da mulher, também pode ser prejudicada em uma gravidez tardia. O obstetra explica que as mulheres nascem com uma quantidade de óvulos determinada. “Mas a natureza é sábia e vai usando os óvulos de melhor qualidade antes. Por isso, engravidar depois dos 30 anos é um jogo de sorte: quanto mais perto da menopausa, menos chances a mulher tem de engravidar e manter a gestação”, diz.
O diretor médico e técnico do Centro de Medicina Reprodutiva Huntington Curitiba, Francisco Furtado Filho, esclarece que o pico reprodutivo feminino ocorre por volta dos 28 anos, quando a mulher tem 25% de chances de engravidar por mês. Depois disso, a possibilidade diminuiu a cada ano (veja box). Como os óvulos têm um prazo de validade, o conteúdo genético deles também já não é tão bom aos 35 anos. Isso pode provocar alguma falha e resultar em uma má-formação do bebê. A mais comum delas é a síndrome de Down.
Levando essas informações em conta, a mulher que planeja sua gravidez tardia pode ter mais chance de engravidar e de garantir uma gestação mais segura e saudável para ela e o bebê. A mãe pode fazer um check-up rigoroso, para identificar doenças, e atualizar vacinas, contra rubéola e hepatite, por exemplo. Pode também corrigir uma eventual anemia que certamente vai piorar com a gestação. “A ideia é investigar o histórico da mãe para propor um dieta, atividade física e cuidados específicos”, diz Guimarães.
Dilermando afirma que, com o planejamento, o médico pode recomendar o ácido fólico, uma vitamina a partir do complexo B, para diminuir o risco de má-formação. Além disso, a técnica de concepção assistida de indução da ovulação através de medicamentos pode ajudar a melhorar a fertilidade feminina. Estima-se que 60% das mulheres conseguem engravidar com esse tratamento, mas as chances diminuem com o passar dos anos.
Oi, meu nome é Márcia tenho 44 anos completados recentemente e tive minha primeira filha com 43 anos ainda, ela nasceu em 15 de janeiro de 2011.
ResponderExcluirA gravidez nã foi planejada,tive muito medo, mas fiz tudo como me foi recomendado pelos médicos e deu tudo certo, minha filinha é super saudável, nasceu com 53 cm e 3.720 kg.Acho que tive bastante sorte por ser uma pessoa saudável também.Nunca tive qualquer tipo de doença, nem tão pouco fiquei internada em toda minha existência.
Grande abraço