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sexta-feira, 8 de abril de 2011

Alerta sobre o câncer de pulmão no Dia Nacional de Combate ao Câncer

no Rio sem Fumo




O tabagismo é o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pulmão. No Dia Nacional de Combate ao Câncer, 27 de novembro, a comunidade médica alerta a população sobre a doença. De acordo com a publicação Câncer no Brasil - Dados dos Registros de Câncer de Base Populacional, feita entre 2000 e 2005, os tumores podem ter uma chance de cura de cerca de 44% se diagnosticados na fase inicial. 

O câncer de pulmão é o mais comum dos tumores malignos, apresentando um aumento por ano de 2% na sua incidência mundial. A mortalidade por esse tumor é muito elevada e o prognóstico da doença depende da fase em que é diagnosticada. 

O tabagismo é responsável por 90% dos casos desse tumor. Mais homens do que mulheres desenvolvem o câncer de pulmão, mas essa proporção está se invertendo. De acordo com a Dra. Cristina Cantarino, pneumologista coordenadora do Centro de Tratamento a dependentes de Nicotina do Instituto Nacional do Câncer, isso está acontecendo porque o homem começou a fumar antes do que a mulher. “O câncer de pulmão demora de 20 a 30 anos para aparecer em alguns fumantes. Como os homens começaram a fumar antes das mulheres, após a Primeira Guerra, é normal que haja maior incidência de homens com câncer de pulmão. As mulheres começaram a fumar mais após a Segunda Guerra e agora a doença está se igualando entre gêneros. Mas algumas pesquisas estão mostrando que a mulher pode adoecer com um tempo de exposição menor que o homem, ela é mais suscetível”, afirmou. 

O risco de morte por câncer de pulmão é 22 vezes maior entre os fumantes do que entre os não fumantes, mas é importante alertar a população exposta ao fumo passivo. “Pessoas que convivem com fumantes em ambientes fechados e estão sempre expostas à fumaça também têm chances de adoecerem”, disse Cristina.

A doença também pode também ser causada por contato direto com químicos (arsênico, níquel, cromo, cádmio, entre outros), através da propensão genética, pela doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema pulmonar e bronquite crônica) e através de história familiar de câncer de pulmão. 

Sintomas

Os sintomas dependem da localização do tumor. Se ele está muito próximo da árvore brônquica há tosse e expectoração com sangue. Dependendo da extensão do tumor, pode ou não haver falta de ar.

Caso ele se encontre próximo à parede torácica, pode haver dor no tórax. Sintomas mais comuns são emagrecimento, fadiga, tosse persistente e mudança no ritmo da tosse pré-existente nos fumantes. Em alguns casos de tumores menores, é possível que não haja nenhum sintoma em estágios iniciais da doença.

Tratamento

Os tumores malignos do pulmão podem ser tratados com cirurgia, quimioterapia ou radioterapia. Essas modalidades terapêuticas também podem ser combinadas. O médico decidirá o tratamento de acordo com o tipo do tumor, seu estágio e com as condições do paciente. 

Tumores restritos ao pulmão devem ser operados e removidos – estágios I e II, com chance de cura de até 75%. Nos outros estágios, uma associação de quimio e radioterapia, com eventual resgate cirúrgico, é a abordagem que mostra os melhores resultados, com uma chance de cura de 30%. 

No estágio IV a quimioterapia é o tratamento de escolha, porém as chances de cura são extremamente reduzidas. 

“Quanto mais precoce o tratamento do tumor, maior a chance de cura da pessoa. Quanto menor for o tumor, principalmente se não tiver nenhum gânglio comprometido, maior a chance de sucesso. No ultimo estágio, recomendamos quimioterapia e radioterapia paliativa, já que o paciente teve metástase e por isso, muita dor. Há nesse caso, poucas chances de cura e devemos cuidar da qualidade de vida do paciente”, disse Cristina, lembrando que, com os avanços da medicina, muitas pessoas conseguem ter uma grande melhora: “Além dos avanços é preciso promover uma mudança completa nos hábitos do paciente. Em primeiro lugar ele deve parar de fumar imediatamente. Com isso, ele terá menos complicação nos tratamentos, menos efeitos colaterais, melhora efetiva de sobrevida, além de haver diminuição de recidiva do tumor”. 

Segundo Cristina, o paciente precisa de ajuda médica para parar de fumar. “O trabalho da equipe é fundamental para auxiliar esses pacientes. Quando eles conseguem parar de fumar, a autoestima deles melhora sensivelmente, pois é a parte do tratamento que cabe a ele, o resultado é muito positivo”, afirmou Cristina.

Prevenção

A única maneira eficaz de prevenir o câncer de pulmão é parar de fumar. Uma pessoa que nunca fumou poderá, em algum momento da vida, desenvolver um tumor maligno do pulmão, mas esta situação é bem menos freqüente. 

“A genética nós não podemos mudar, mas o comportamento de risco de câncer está nas nossas mãos. Parar de fumar, suspender o álcool, ter uma alimentação saudável e fazer atividade física regular previne o aparecimento de muitas doenças”, concluiu Cristina.

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