no Rodopiou
Foi com grande tristeza que recebi a noticia do fechamento do Espaço Cultural Beto Batata do Alto da XV em Curitiba. O local que estava prestes a completar 12 anos foi alvo segundo alguns comentários de uma ação que envolveu o policia, governo do estado e a prefeitura de Curitiba, por causa da música (boa por sinal) que o local tocava. Não é o primeiro caso. Já tivemos vários bares da região central fechados, e a Pedreira Paulo Leminski, fechada, provavelmente já perdeu mais de um milhão de espectadores. Não sei o que é mais triste, se é o fechamento de vários pontos de cultura em Curitiba, se é a inércia e a cumplicidade da prefeitura ou o silêncio da população, e me faz perguntar qual é o papel da Fundação Cultural de Curitiba capitaneada pela tia da mulher do governador Richa, a qual eu chamo carinhosamente de “Fucucu”, que para mim deveria manter esses locais abertos e se opor a essa censura que a cultura curitibana vem sofrendo, deixando a cidade sem os grandes shows, sem os pequenos shows, sem os eventos culturais. Tudo isso a interesse de quem? Por que a prefeitura, o governo do estado e a polícia não fecham as bocas da Vicente Machado, da Alameda Cabra e das “cracolândias” curitibanas? Bom, devem ter seus motivos e interesses. Só sei que Ivo se foi, Dalton fica escondido e Curitiba está cada vez mais triste, mais fria, como as geleiras da Sibéria, um lugar onde é proibido ser feliz.
O proprietário Amorim se diz em greve. “Podemos abrir o bar, segundo nosso advogado, mas sem música. E não vamos fazê-lo. Não quero ser um comerciante aberto, mas calado”. Enquanto isso, 64 funcionários ficaram sem emprego. Além dos músicos, o bar mantém na folha de pagamento mais 16 pessoas que auxiliam no funcionamento do espaço cultural.
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