Domingo de sol, finalzinho da tarde e o João pede para ir ao parquinho. De casa até lá dá uma caminhada de uns 5 minutos levando mochila com agasalho, sacola com equipamento de brincar na areia, caminhãozinho e ainda deixar livre uma das mãos para segurar a mão do piá.
No parquinho um susto com a quantidade de crianças e seus papais e mamães.
Pô! O que é que esta turma tá fazendo aqui nesta tarde de frio ao invés de ir ao shopping?
Equipamento espalhado no chão, João fazendo estradas e castelos (será poeta ou empreiteiro?) e pinta um “amiguinho”.
O moleque é mais novo, chegou de cara amarrada, pisou na casinha que o João tinha desenhado na areia, apropriou-se de todas as pazinhas e baldinhos que pôde carregar em suas mãozinhas e cagou solenemente pro bico que o João armou:
“Pai! Ele tá pegando todas as minhas coisas!”
A Babá chegou junto:
“Cuidado com as coisas do amiguinho! Brinca junto com ele”
E o pestinha:
“Não!!! Não quero!”
Dani estava comigo. Comentei com ela em voz baixa a situação da Babá. Imagine só o regime de trabalho da moça, final da tarde de domingo cuidando do monstrinho... Será que esta pobre coitada tem folga? Ou será que é daquelas que “dorme e é escravizada no emprego”? Ou será que para aguentar a energia do mocinho foi preciso aliciar - digo, contratar - uma equipe de babás em regime de revezamento (psicoterapia incluída)?
Dado momento duas senhoras que estavam conversando animadas em um banco lá do outro lado do parquinho (cabelos clareados, óculos ‘fashion’ etc etc idem idem) se aproximam. Eram mãe e avó do pequeno candidato a latifundiário.
Olhei pra Dani: Tudo explicado...
“Vamos embora pra casa da vovó, meu queridinho?”
A Babá pulou fora e fingiu que não estava vendo nada...
Olhei para a mãe, sorri e apostei:
“Duvido!”
Ganhei! O cara, sem tirar os olhos do que estava fazendo, sentenciou:
“Não, não vou, ‘quelo’ ficar aqui!”.
Sei lá porque, me lembrei do Código Florestal.
Atualização: Matéria de hoje no Estadão
Atualização: Matéria de hoje no Estadão
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