no Tijolaço
Inacreditável a notícia publicada agora há pouco de que a Suprema Corte americana revogou uma lei da Califórnia que proibia a venda de videogames violentos para crianças .
Um juiz dos juízes que votaram pela derrubada da lei, Antonio Scalia, disse que isso viola o direito dos pais de julgarem o que é adequado ou não para seus filhos, usando como argumento a Primeira Emenda da Constituição americana.
Embora não seja uma relação mecânica, é obvio que a banalização da violência influi na formação das crianças. E a decisão da Suprema Corte americana pode ser traduzida no reconhecimento de, se assim o desejarem, os pais poderem expor seus filhos ao nível de violência que desejarem.
Essa é uma visão que “privatiza” o ser humano, porque não coloca limites ao poder parental.
E criminosa, porque sabe que as pressões comerciais da bilionária indústria de videogames supera, em muito, qualquer tipo de limite ético?
O deputado liberal Stephen Breyer ironizou a contradição entre a decisão da corte de aceitar as restrições a material de nudez para menores, mas liberar estes jogos.
“Que sentido faz para proibir a venda de um menino de 13 anos, uma revista com uma imagem de uma mulher nua, enquanto se permite a venda de um vídeo game interativo no qual ele, ativa e praticamente , amarra e amordaça uma mulher, e em seguida, a tortura e mata? “Que tipo de Primeira Emenda permite ao governo para proteger as crianças, restringindo as vendas desse jogo de vídeo extremamente violento apenas quando a mulher – amarrada, amordaçada, torturada e morta – estiver também de topless”?
Depois, quando aparecem aquelas fotos de Abu Ghraib…
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