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(1’31” / 357 Kb) – Uma das principais testemunhas do assassinato do trabalhador rural Eduardo Anghinoni, no município de Querência do Norte (PR), foi ameaçada de morte. Ela recebeu uma ligação anônima onde foi “aconselhada” a não comparecer ao júri, a fim de “garantir sua integridade física”. O caso de homicídio é pauta do Tribunal do Júri de Curitiba no dia 27 deste mês. O pistoleiro Jair Fermino Borracha é o acusado de ter cometido o crime.
Os advogados de acusação apontam que a ameaça contra a testemunha foi uma forma clara de intimidação. O caso foi encaminhado a diversos órgãos públicos e a prisão preventiva de Jair Borracha foi solicitada. Borracha é um conhecido pistoleiro da região. Ele já foi contratado pela União Democrática Ruralista (UDR) para comandar diversos despejos de sem terra.
Eduardo Anghinoni foi assassinado por engano, no lugar de seu irmão Celso Anghinoni, que é um dos líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Paraná. O crime ocorreu em 29 de março de 1999. Durante as investigações, o acusado foi preso e comprovaram que da arma que ele empunhava haviam saído os tiros que mataram Eduardo.
Segundo a Comissão Pastoral da Terra, entre os anos de 1995 e 2000, foram assassinados 16 trabalhadores rurais no Paraná. Além disso, houve 31 tentativas de assassinatos, sete casos de tortura e 322 feridos.
De São Paulo, da Radioagência NP, Vivian Fernandes.
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