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Para o deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR), se continuar no cargo de presidente da Câmara de Curitiba, João Cláudio Derosso (PSDB) pode sumir com documentos e intimidar testemunhas subordinadas a ele
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O deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR) defendeu neste domingo (31) que o presidente da Câmara Municipal de Curitiba, vereador João Cláudio Derosso (PSDB), seja afastado imediatamente do cargo para que não interfira nas investigações em curso sobre irregularidades no Legislativo municipal.
Além dos contratos de publicidade da Câmara de Curitiba --um deles firmado com uma empresa da própria esposa de Derosso, Cláudia Queiroz Guedes--, o Ministério Público (MP) Estadual também investiga a contratação pelo vereador tucano de servidores fantasmas que acumulavam cargos na Assembleia Legislativa do Paraná.
"Derosso deve ser afastado imediatamente do cargo para que não suma com documentos nem intimide testemunhas eventualmente subordinadas a ele", afirma Dr. Rosinha. "Se continuar como presidente da Câmara, o risco de atrapalhar as investigações é real."
O tucano João Cláudio Derosso preside a Câmara de Curitiba desde 1997, há oito mandatos consecutivos.
Reportagem publicada hoje pelo jornal "Gazeta do Povo" revela que pelo menos quatro funcionários da Assembleia foram simultaneamente nomeados na Câmara de Curitiba, entre os anos de 1997 e 2006. Ao menos três deles seriam fantasmas no Legislativo estadual.
Entre os envolvidos está João Leal de Mattos, funcionário efetivo da Assembleia há mais de duas décadas e apontado pelo MP como um dos operadores do desvio de recursos no órgão estadual. Através de laranjas da família dele, pelo menos R$ 13 milhões foram desviados dos cofres da Assembleia.
"Se houver uma investigação profunda do Ministério Público, comprovaremos na Câmara de Curitiba um esquema igual ou pior que o instalado na Assembleia do Paraná", aponta Dr. Rosinha. "Os fatos indicam que Derosso inovou ao criar a figura do fantasma duplo, o funcionário fantasma com dupla jornada de trabalho."
Nomeado em janeiro de 1997 pelo ex-vereador Éde Abib (PSDB) e, mais tarde, em janeiro de 2005, pelo próprio Derosso, Mattos continuaria num cargo em comissão vinculado ao gabinete da Presidência da Câmara de Curitiba até dezembro de 2006.
Afilhado político do ex-presidente da Assembleia Aníbal Khury (1924-1999), Éde Abib é irmão de Abib Miguel, o Bibinho, ex-diretor-geral do Legislativo estadual.
Empresa da esposa e nepotismo cruzado
Entre 2006 e 2011, a empresa Oficina da Notícia, de propriedade da esposa de Derosso, Cláudia Queiroz Guedes, recebeu R$ 5,1 milhões da Câmara de Curitiba. O contrato de publicidade foi assinado e prorrogado duas vezes pelo próprio vereador tucano.
No mesmo período, outra empresa, a Visão Publicidade, recebeu R$ 26,8 milhões do Legislativo. Uma nova licitação atualmente em curso prevê um gasto de R$ 4,8 milhões anuais da Câmara Municipal com esse tipo de serviço.
A esposa de Derosso encontra-se atualmente nomeada pelo governador Beto Richa (PSDB) num cargo de confiança na TV Educativa do Paraná. Em 2006, ela e a mãe, Noêmia Queiroz Gonçalves dos Santos, foram simultaneamente nomeadas na Câmara de Curitiba. Noêmia também ocupa hoje um cargo comissionado, na Prefeitura de Curitiba, nomeada por Luciano Ducci (PSB).
Movimentos sociais e partidos políticos promovem nesta segunda-feira (1º) uma manifestação contra a corrupção na Câmara de Curitiba. Marcado para o meio-dia, o ato em frente ao prédio do Legislativo municipal coincide com o fim do recesso parlamentar de julho dos vereadores.
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