Olho-vivo
Sigilento 1
Discute-se no país se arquivos antigos mantidos em sigilo podem ou não ser abertos ao público. Em tese, seriam documentos históricos, que, se divulgados, poderiam conturbar as relações internacionais do Brasil ou, então, causar perigosos constrangimentos em setores militares. Contratos de publicidade que a Câmara Municipal de Curitiba firmou com duas agências, pelo jeito, têm tanto poder explosivo quanto aqueles.
Sigilento 2
A dedução é lógica: foi negado à vereadora Josete o conhecimento do teor desses contratos. Isto é, nem mesmo a um membro eleito da Câmara Municipal se dá o direito de ter acesso a um documento público com a facilidade, garantida pela Constituição, da simples apresentação de um requerimento. Não: nesse caso, disse o funcionário da Câmara à vereadora, só se seu pedido for aprovado pelo plenário da Casa. Como a maioria é controlada pelo presidente, a tendência é que nem mesmo o plenário aprove o pedido.
Sigilento 3
A abertura dos contratos poderia permitir uma investigação mais profunda: as agências são meras intermediárias da aplicação dos recursos – o dinheiro que recebem deve ser aplicado segundo critérios definidos pela própria Câmara. Em que exatamente os recursos foram usados? E quem foram os beneficiários finais dos milhões que saíram dos cofres públicos?
Na foto, o vereador Derosso combinando com o Papai Noel a entrega dos contratos de publicidade da CMC como presente para sua (dele Derosso) esposa
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