Derosso, longe de querer largar o osso, joga a culpa no “mordomo”!
O telefone celular da vereadora toca, ela atende. Do outro lado da linha, ninguém fala nada, não se identifica. Silêncio! Ela insiste, acha estranho e quer saber quem e o porquê desse tipo de abordagem, que se repete coincidentemente até três vezes por dia, desde que a vereadora Professora Josete (PT) começou a manifestar sua opinião a respeito dos escândalos envolvendo irregularidades na contratação de serviços de publicidade e divulgação pelo presidente da Câmara Municipal de Curitiba, João Cláudio Derosso (PSDB), junto a empresas da família (mulher, sogro, cunhada…) do próprio tucano, gastando mais de R$ 30 milhões. Nesse período de cerca de um mês, fatos e acusações novas foram se multiplicando, como a contratação na Casa de servidores nomeados também na Assembleia Legislativa do Paraná. Pau de galinheiro é pouco para ilustrar a condição do presidente da Câmara, eleito oito vezes para o comando do Legislativo curitibano. Por conta dos telefonemas, no mínimo estranhos, Josete registrou boletim de ocorrência em delegacia da Polícia Civil.
Agora, a alta plumagem resolveu retaliar e está tentando criminalizar a vereadora que cumpre as funções de fiscalizar e zelar pelo patrimônio público. Inverteram a coisa de um jeito que informar a população é que é pecado. A vereadora imprimiu panfletos que contam fatos já divulgados pela Gazeta do Povo e reproduzidos em reportagens por outros veículos, emissoras de rádio e TV, e nos quais cobrava rigor nas investigações com a instauração de uma CPI na Câmara de Vereadores e o afastamento do presidente da Casa para assegurar a imparcialidade nas investigações. A petista também questionou e se manifestou contrária às manobras de cerceamento da participação da comunidade nas sessões plenárias e diversas formas de intimidação desse controle social. Não disse nada além da verdade e de fatos amplamente divulgados na imprensa. Mas a campanha popular que até então estava restrita à internet, por meio das redes sociais, cresceu.
Da cota de impressão a que cada vereador tem direito – quatro mil cópias -, Josete utilizou apenas a metade para reproduzir o panfleto. Na burocracia interna, os documentos a serem copiados são antes submetidos à chefia do setor, que por sua vez segue as determinações da 1ª Secretaria da Casa. Dois mil panfletos foram impressos sem dificuldades e cerca de mil, distribuídos quase que imediatamente. Agora, a 1ª Secretaria acusa Josete de improbidade e pede a devolução do material, sob pena de prejudicar o funcionário que apertou o botão verde da copiadora para fazer as impressões. Cuma?!! Isso mesmo!
Josete está tranquila. “Seria improbidade se silenciasse diante de tudo isso. Estou cumprindo minha função de vereadora, honrando os votos de confiança daqueles que votaram para me eleger e reclamando o direito da população que foi lesada”, disse. As duas mil cópias do panfleto da vereadora devem valer perto de R$ 200,00 (duzentos reais). “Se julgarem que devo devolver o valor das cópias, vou devolver. Mas gostaria que o presidente (Derosso) também devolvesse os mais de R$ 30 milhões dos gastos com propaganda irregular”, afirma Josete. E ele está longe de querer largar desse osso. A culpa vai continuar sendo do mordomo, ou melhor, do carinha da “máquina de xerox”.
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