Saúde pública é principal preocupação do londrinense
Pesquisa mostra que a população está mais aflita com o mau atendimento nos postos do que com a segurança, que sempre foi o maior temor
A pesquisa do Instituto Portinari, encomendada por entidades de Londrina, revelou uma mudança em torno das preocupações dos moradores da cidade: a saúde passou a liderar a lista, sendo apontada por 47% dos entrevistados com o maior motivo para apreensão. Em seguida, estão preocupações com segurança, emprego, alimentação e realização pessoal.
''Eu tenho acompanhado a opinião do londrinense desde os anos 90 e, historicamente, a preocupação sempre foi com a segurança. Agora, isso mudou. Creio que isso possa estar relacionado com os problemas recentes na saúde, como os desvios apontados pelo Ministério Público'', declarou o diretor de estatística do Instituto Portinari, Edimilson Vicente Leite.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) começou a investigar este ano um suposto esquema de corrupção e desvio de dinheiro, envolvendo agentes públicos e duas Organizações da Sociedade Civil de Interese Público (Oscip) - Instituto Atlântico e Gálatas - que prestavam serviços com o Programa Saúde da Família e Serviço de Atendimento Móvel de Urgêncaia (Samu). Vinte uma pessoas foram presas e há suspeita de envolvimento do prefeito Barbosa Neto (PDT) e da primeira-dama, Ana Laura Lino.
Também no início de 2011, aumentaram substancialmente as reclamações sobre falta de médicos nas unidades básicas de saúde e nos pronto-atendimentos municipais, além da epidemia de dengue. O prefeito chegou a encaminhar à Câmara um pacote de projetos de incentivos aos profissionais da área, mas há ainda muitas reclamações de pacientes que permanecem horas nas filas.
A Câmara somente começou a investigar e fiscalizar os problemas da saúde após a operação do Gaeco. Foi instaurada uma Comissão Especial de Inquérito para apurar os evetuais desvios e tramita um pedido de abertura de Comissão Processante. Apesar disso, o presidente da Câmara, Gerson Araújo, nega omissão. ''Todo mundo sabe que tomamos todas as providências sobre os desvios'', declarou. ''O que poucos sabem é que a Câmara foi contrária à contratação das Oscips. Temos documentos que comprovam isso.''
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