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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Licitação de privatização para construir hospitais em São Paulo volta a fracassar

Prefeitura adia, pela segunda vez, leilão para "firmar parcerias" com a iniciativa privada para construir hospitais e centros de saúde. Secretaria diz que interessados precisam de mais tempo


São Paulo - Pela segunda vez a prefeitura de São Paulo adiou a abertura dos envelopes com as propostas das empresas interessadas em participar da Parceria Público-privada (PPP) para a construção de três hospitais e de centros de saúde na capital. A abertura foi transferida desta quarta-feira (10) para o dia 25 de agosto.

Segundo a Secretaria de Saúde do município, o adiamento foi decretado para que os interessados tivessem mais tempo para elaborar suas propostas. Porém, a vereadora Juliana Cardoso (PT), a pressão popular contra a iniciativa e a atual conjuntura da economia mundial fizeram com que a prefeitura não conseguisse reunir empresas interessadas. "É um contrato de longo período e um investimento muito grande. O retorno talvez não seja o que eles querem", afirmou.

De acordo com Paulo Roberto Spina, do Fórum Popular de Saúde de São Paulo, a construção dos hospitais e centros de saúde por meio de um modelo de PPP vai aprofundar a privatização da saúde em São Paulo. "Se esses hospitais forem construídos por esse modelo não vão servir ao interesse do público e sim do mercado", denuncia Spina.

Para a vereadora do PT, a gestão do prefeito Gilberto Kassab (ex-DEM, rumo ao PSD) sucateia os hospitais municipais para convencer a população de que o recurso da privatização é a melhor opção para resolver os problemas enfrentados. Para Juliana, essa estratégia é incoerente, já que existem recursos previstos no orçamento da cidade para a prefeitura investir na Saúde. "Todo ano tem sobrado dinheiro (do Orçamento). Precisamos mostrar que o atual modelo de gestão dos serviços públicos de Saúde não tem obtido sucesso", apontou.

Os movimentos sociais prometem continuar mobilizados para evitar que o projeto seja implantado. Segundo Spina, a ampliação dos leitos em São Paulo é essencial para melhorar o atendimento na capital, mas a fragmentação que o setor tem sofrido através das privatizações só prejudica os usuários.

No dia 25 de julho, uma manifestação na Secretaria de Saúde Municipal reuniu movimentos sociais e servidores municipais da Saúde contra o projeto de PPPs. Nesta quarta (10), outro ato público estava agendado mas, com o adiamento do processo de licitação, acabou não acontecendo.

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