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terça-feira, 23 de agosto de 2011

SERINGAS CONTAMINADAS - Médica será ouvida pelo conselho da categoria


A médica Miriam Tomkowski Walton, 44 anos, que foi repudiada por moradores do Condomínio RK, em Sobradinho, após fixar 31 seringas com agulhas cheias de sangue de pessoas contaminadas com o vírus da Aids no muro da casa onde mora, poderá passar pela avaliação de um corpo de ética do Conselho de Regional de Medicina (CRM-DF) e pela corregedoria da Secretaria de Saúde (SES-DF). Ela alegou que era alvo frequente de assaltantes e que os materiais afastariam os criminosos.

Ortopedista do Hospital Regional do Paranoá, Miriam afirmou ter conseguido o material na própria unidade de saúde, na última terça-feira. "Fiz isso porque queria mostrar minha indignação pelas quatro vezes que fui assaltada. Tive objetos furtados. Queria colocar cerca elétrica. Fiz o orçamento, mas ficou caro e, por isso, coloquei as seringas, cuja instalação é rápida e prática", explicou.

A secretaria informou que a servidora tem acesso aos produtos hospitalares, bem como às seringas, mas que a saída desse material dos hospitais e centros de saúde não é permitida. Após apurar os fatos e ouvir a médica e outros servidores, a equipe da SES-DF abrirá uma sindicância ou enviar o caso à corregedoria. "Iremos analisar a denúncia amanhã (hoje)", garantiu a assessoria de imprensa da instituição, segundo a qual a médica não tem histórico problemático no serviço público.

Denúncia

A síndica do Condomínio RK, Vera Barbieri, 60 anos, contou ao Correio que enviará ao CRM um documento denunciado a ação da moradora. "Vamos detalhar a atitude da médica, que poderia ter prejudicado a saúde de quem mora por perto", adiantou. A Polícia Civil do DF e aVigilância Sanitária foram acionados pela síndica. "Mas os policiais disseram que não cabe a eles puni-la, e a Vigilância alegou que o condomínio será notificado", pontuou Vera.

Miriam afirmou que a sensação de insegurança do condomínio é constante e que, em apenas quatro semanas, já foi vítima de quadro assaltos. "Pagamos caro para se ter segurança aqui e não a temos", desabafou a ortopedista. A síndica afirmou que há nove vigias e porteiros durante o dia e sete à noite para atender aos 10 mil moradores dos 2.080 lotes do condomínio.

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