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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Nos EUA, Dilma elogia seus programas de Saúde

Apesar de afirmar que falta verba para o setor, presidente vai afirmar na ONU que iniciativas do governo são bem-sucedidas


Cristiane Jungblut crisjung@bsb.oglobo.com.br

Enviada especial

BRASÍLIA. Na mesma semana em que a Câmara dos Deputados discute a questão do financiamento da Saúde e deve votar a regulamentação da Emenda 29, a presidente Dilma Rousseff falará hoje sobre programas brasileiros de sucesso no setor, durante debate promovido no âmbito das Nações Unidas (ONU). A presidente reclamou, ainda no Brasil, semana passada, da falta de recursos para a Saúde. Dilma vai discursar na reunião sobre doenças crônicas não transmissíveis, seu primeiro compromisso oficial numa agenda pesada de cinco dias em Nova York.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, está na comitiva presidencial, mas voltará ao Brasil para acompanhar pessoalmente as discussões na Câmara sobre a Emenda 29. Ao chegar ontem a Nova York, o ministro disse que a presidente citará programas como Saúde Não Tem Preço, que distribui remédios gratuitos contra hipertensão e diabetes.

Ações brasileiras despertam interesse, afirma ministro

Vários países, inclusive os Estados Unidos, demonstraram também interesse no programa Academia da Saúde, cujo objetivo é combater a obesidade. A presidente deverá se referir ainda a ações de combate ao câncer - ela mesma empenhada em lutar contra a doença -, à hipertensão, ao diabetes e a doenças respiratórias.

- O Brasil tem muito a mostrar sobre isso e muito a fazer ainda - disse Padilha.

Ao ser perguntado sobre a polêmica em relação ao financiamento justamente da área da Saúde, Padilha desconversou:

- Isso é um tema que está lá no Brasil, no Congresso. A presidente vai mostrar o que o Brasil tem feito. O Brasil, até porque é um dos poucos países com mais de cem milhões de habitantes que têm um sistema público de Saúde, o SUS (Sistema Único de Saúde), tem como apresentar o que está sendo feito e os desafios - disse Padilha.

O ministro, segundo assessores, vai desembarcar hoje à noite em Brasília. Ele quer estar presente na audiência geral da Câmara dos Deputados sobre a regulamentação da Emenda 29, convocada para amanhã. Na quarta-feira, a Câmara promete votar a proposta. O governo teme aumentar os gastos em Saúde e defende a necessidade de nova fonte de financiamento do setor, embora tenha recuado na defesa de um imposto exclusivamente para este fim.

Ontem, o ministro discutiu as ações do governo brasileiro com representantes da prefeitura de Nova York e também com representantes de governos da União Europeia.

Segundo dados do Ministério da Saúde, as doenças crônicas não transmissíveis incluem doenças cardiovasculares, câncer, doenças respiratórias e diabetes. No Brasil, a cada cem mil brasileiros, 255 morrem prematuramente por essas doenças. A meta é, em 2022, chegar a 196 mortes por cem mil habitantes. Nos últimos dez anos, a taxa teve uma redução de 20%.

Além desse debate, a presidente Dilma participa hoje de outro encontro promovido pela ONU para tratar da participação política das mulheres. O convite foi feito pela presidente chilena, Michelle Bachelet. No encontro, Dilma falará sobre sua própria trajetória. A intenção é debater a inclusão da mulher na cena política.

Na terça-feira, Dilma terá um encontro bilateral com o presidente americano, Barack Obama, e participará de um debate sobre transparência governamental. Na quarta-feira, a presidente fará a abertura da reunião da ONU.

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