Folha de São Paulo via COMUNICA DICON Boletim do NEMS-PR
As fraudes globais em sistemas de saúde atingem anualmente US$ 800 bilhões e já são cem vezes maiores do que os crimes cometidos contra sistemas financeiros.
Só nos Estados Unidos, no ano passado, foram US$ 100 bilhões em perdas. Entre os crimes mais comuns estão a falsificação de recibos de consultas, exames e cirurgias.
Também figuram entre as principais fraudes o superfaturamento de procedimentos hospitalares e falsificações cometidas pelos próprios médicos e enfermeiros, que declaram ter usado equipamentos, materiais ou medicamentos não solicitados.
O objetivo principal e comum de todas as práticas é obter reembolso dos sistemas de saúde.
Segundo dados apresentados durante a conferência do SAS Institute, empresa de sistemas de inteligência de negócios, apesar dos números alarmantes, o setor ainda investe pouco em ferramentas de proteção.
Enquanto os gastos anuais com tecnologia antifraude superam US$ 2 bilhões nas instituições financeiras --volume que deve chegar a US$ 4,3 bilhões em 2013, segundo a consultoria Chartis Research--, o setor de saúde movimenta um décimo do valor.
Parte da investigação sobre as fraudes tem ficado a cargo dos governos.
Os EUA, um dos países que mais sofrem com o problema, prenderam neste ano a maior quadrilha já envolvida em fraudes de saúde.
Em fevereiro, 111 médicos, enfermeiros e usuários foram detidos em nove cidades do país sob a acusação de lavagem de dinheiro, falsificação e conspiração contra o sistema médico. Os desfalques chegavam a US$ 225 milhões.
Com auxílio do FBI, o país investiga hoje mais de 2.000 casos potenciais de fraudes contra o setor de saúde.
Tecnologia do crime
Apesar de o setor financeiro liderar os investimentos em tecnologias de combate a fraudes, as instituições sofrem com o número crescente de crimes.
Só as seguradoras americanas perdem, por ano, US$ 30 bilhões com crimes relacionados à falsificação de propriedade e de ocorrências que buscam compensações.
No Brasil, as perdas com fraudes bancárias eletrônicas somaram R$ 685 milhões no primeiro semestre deste ano, com alta de 36% sobre o mesmo período do ano passado, segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos).
Durante a conferência, Bob Shiflet, vice-presidente do Bank of America, declarou que novas tecnologias móveis e até as redes sociais se tornaram ferramentas sofisticadas para que os criminosos aperfeiçoem a abordagem às vítimas e hoje representam alguns dos principais desafios para o setor financeiro.
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