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domingo, 30 de outubro de 2011

Quando a "medicina" é saúde financeira


(as aspas no "medicina" do título são do Blog do Mario)

O progresso via Saúde



No interior do Brasil, uma rede hospitalar dotada de serviços de ponta é o motor que faz girar a economia de algumas cidades








Muita saúva e pouca saúde, os males do Brasil são." A frase do escritor modernista Mário de Andrade, de 1928, ainda exprime a situação de grande parte do país. Oferecer serviços médicos de boa qualidade para a população continua a ser um desafio. Há, no entanto, um grupo de cidades que, além de alcançar a meta de cuidar bem da saúde de sua população, conseguiu fazer sua rede hospitalar funcionar como uma mola propulsora de investimentos. E o caso de São José do Rio Preto. no interior de São Paulo. Todos os dias, ônibus enchem as ruas da cidade, trazendo pacientes de outras localidades. Eles buscam os nove hospitais do município. O maior, o Hospital de Base, realiza por mês 30000 consultas pelo Sistema Único de Saúde(SUS). Entre os 5000 funcionários, há 342 médicos-residentes que atuam na cidade. como o amazonense Moysés Cohen, que está se especializando em neurocirugia. "Em Rio Preto, o SUS realmente funciona". diz ele.



A demanda por serviços de saúde estimula investimentos públicos e privados. A prefeitura aplica 26% de seu orçamento no setor, e o estado vai inaugurar em 2012 o Hospital da Criança, a um custo de 100 milhões de reais. A Unimed está injetando outros 20 milhões de reais para construir uma unidade de pronto atendimento. Um único bairro, o da Redentora, já abriga 600 clínicas médicas particulares. Empresas da área também movimentam a economia da cidade. A Braile Biomédica, fundada pelo cardiologista Domingo Braile, começou a produzir válvulas cardíacas nos anos 70. Hoje, emprega 500 pessoas e exporta para mais de trinta países.



A mineira Juiz de Fora também mostra muita saúde em medicina. A proporção de leitos hospitalares - 5,2 para cada 1000 habitantes - é o dobro da média nacional. O Hospital Universitário, um dos 21 da cidade, receberá 150 milhões de reais nos próximos quatro anos. para erguer uma nova unidade que aumentará ainda mais essa proporção. Por ser o principal centro de serviços médicos, Juiz de Fora atrai pacientes de toda a Zona da Mata mineira, que aumentam a demanda por leitos. A cidade tenta minimizar o problema por meio de um consórcio que atende 24 municípios.


Maringá, no Paraná, 6 outro exemplo de pujança. "Gente de toda a região vem para cá em busca de atendimento", diz o secretário de Saúde do município, Antonio Carlos Nardi. Maringá conta com dois hospitais públicos e mais oito privados que realizam atendimento pelo SUS. É o caso da Santa Casa de Maringá, que tem 60% de seus pacientes provenientes da rede pública, e do Hospital Santa Rita, considerado um dos mais bem aparelhados do estado. Para não travar o sistema de saúde com pacientes dos municípios vizinhos, a solução foi estabelecer uma estratégia conjunta para cobrir os gastos. "Maringá compartilha os serviços médicos com trinta cidades da região, mas, para a coisa funcionar, tivemos de dividir a conta. de forma proporcional. entre todas". afirma Nardi. O acerto é feito todo mês. de acordo com o número de pessoas atendidas.

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