por Conceição Oliveira, no Maria Frô reproduzido no Vi o Mundo
Acho bobagem responder demagogia de celebridades com agressões ou com ‘campanhas’ do mesmo nível que a simplificação que geraram indignação.
Luana Piovani sugeriu ao ex-presidente Lula que fizesse seu tratamento para combater o câncer de laringe pelo SUS. Não haveria o menorproblema, Lula seria bem tratado no INCA ou no HC e nos demaishospitais e institutos que são responsáveis pelo tratamento de 80% dospacientes com câncer no Brasil. O problema é que se Lula fosse diretoao Inca ou ao HC iriam dizer que ele é um político demagógico já quetodos os políticos se dirigem ao Hospital Israelita Albert Einstein ou ao Hospital Sírio-Libanês. Portanto, fosse onde fosse realizar seu tratamento Lula seria alvo de comentário de seus adversários.
Mas deixando as doenças de lado e falando da vida que está por vir, soube que Luana Piovani está grávida. Que ela tenha um bom parto.
Pela minha experiência eu diria a Luana Piovani se ela puder escolherem ter seu bebê em qualquer maternidade privada do Brasil e na maternidade do Hospital Universitário da USP que ela tenha seu bebê na segunda. Hummmm, mas Piovani não faz parte da comunidade da USP e nem mora no entorno, creio, portanto, que será mais difícil ser atendida na maternidade de menor índice de infecção hospitalar do país.
Então, eu sugiro que ela tenha seu bebê numa rede credenciada do SUS, se possível em um hospital universitário. Explico: eu não acho o SUS um castigo, eu acho o SUS um direito e acho que profissionais de hospitais públicos, especialmente os de hospitais universitários, são profissionais bastante gabaritados.
Toda mãe sabe que a gente passa 9 meses gestando uma vida, faz tudo o que recomenda o ginecologista que nos acompanha no pré-natal mas, por vezes, a experiência de um bom obstetra pode fazer a diferença entre o nascimento de uma criança totalmente saudável e uma criança com problemas.
Permita-me, Piovani, falar do que vivi e presenciei pois você em breve será mãe.
Pouco antes da hora de nascer minha afilhada entrou em sofrimento fetal, embora sua mãe não sentisse nada além das contrações normais, graças ao fato de estar em um hospital universitário cujos médicos e enfermeiros já atenderam casos bastante complexos, Carol ( o bebê) foi salva e sua mãe (minha amiga Rosangela) também e não houve nenhuma sequela.
Cinco anos depois, quando chegou a minha vez de parir, meu bebê estava com o cordão umbilical enrolado no pescoço, algo razoavelmente simples, mas com médicos sem experiência de casos complicados isso poderia se transformar num problema. Correu tudo bem com o nascimento da minha filhota durante o carnaval de 1996 na mesma maternidade que nasceu Carolina.
Luana não sei exatamente o que você valoriza num bom hospital e/maternidade, eu valorizo especialmente seu corpo médico. A maternidade da USP impressiona a maioria das pessoas porque é muito simples. Contrariamente às maternidades privadas que permitem a entrada de muitas pessoas, flores, brinquedos, pelúcia etc., na maternidade da USP você não fica sequer com a roupa que entrou. Para a
administração do hospital universitário, maternidade não é sala de visita. Isso faz com que ela tenha um baixíssimo índice de infecção hospitalar como lhe disse antes.
Na mesma época em que eu estava grávida uma colega em comum também estava grávida. Ela igualmente fez absolutamente tudo certinho, seguiu à risca tudo que lhe foi recomendado no pré-natal e até a hora do parto todos os exames de seu bebê mostravam que estava tudo bem.
Minha colega não via a hora de pôr seu bebê saudável nos braços como todas nós que desejamos ser mãe sonhamos. Mas diferente de mim e da Rô, minha colega optou por ter seu bebê numa maternidade privada famosa, aqui em Sampa. Infelizmente seu bebê passou da hora de nascer, teve uma série de complicações no parto e hoje não anda, não fala, não controla suas funções fisiológicas.
Pode ser uma simples coincidência que de três bebês saudáveis durante o pré-natal e os três com algum tipo de problema no parto, os dois partos realizados em um hospital universitário cujas mães e bebês foram atendidos pela rede SUS tenham nascidos sem nenhuma sequela e o da rede privada tenha tido problema. Mas nunca me esqueço do pediatra de minha filha, quando eu reclamava de seu refluxo como algo gravíssimo, ele me respondia com um convite para acompanhar as consultas que fazia no hospital público, para eu entender o que eram problemas reais.
Eu geralmente não me trato com médicos que se encastelam em suas clínicas e não pisam em hospitais públicos ou não atendem pelo SUS. Aprendi com valiosos médicos que nunca abriram mão de ensinar e de atender na rede pública de saúde, que eles se tornam pós-doc em resolver problemas reais e com isso se tornam competentes e podem na hora H fazer uma enorme diferença na vida da gente.
Gostei do Blog... abraços
ResponderExcluirObrigado! Apareça sempre!
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