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sábado, 12 de novembro de 2011

Lei das algemas? Só para influentes




Sergio Lirio na Carta Capital
Quando Daniel Dantas apareceu algemado em horário nobre, por pouco uma nova marcha pela liberdade não tomou as ruas do País. Os “democratas” diziam que o Brasil vivia sob um Estado policial. Ministros de tribunais superiores, advogados milionários, colunistas de política e economia e juristas (que vivem de juros) de todo calibre conclamaram os direitos individuais contra os abusos do autoritarismos. A estridência resultou em uma súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal que limitou o uso de algema e a exposição de presos em operações “espetaculosas” da polícia. Ela valeria para todos, era a promessa.
Como sempre, certos direitos são reservados a uma minoria de privilegiados. Aos influentes, aos donos do Brasil. Tanto no caso da remoção dos estudantes da USP quanto na operação na Rocinha que prendeu o traficante Nem, as regras foram jogadas às favas. Alunos e traficantes foram forçados por policiais a exibir o rosto a cinegrafistas e fotógrafos. Nos dois casos, optou-se por atender aos sentimentos mais obscuros da ala conservadora da sociedade. Em troca de apoio e publicidade.
Ainda espero os editoriais indignados dos jornais e a manifestação de advogados e de entidades de classe como a OAB contra os abusos. A propósito: onde estão Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello?
A lei das algemas deveria mudar de nome para “Lei Daniel Dantas”.

Um comentário:

  1. Mário,
    posso acrescentar, ainda, que a indignação era prenuncio do que iria acontecer no processo do Dantas!

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