Sergio Lirio na Carta Capital
Quando Daniel Dantas apareceu algemado em horário nobre, por pouco uma nova marcha pela liberdade não tomou as ruas do País. Os “democratas” diziam que o Brasil vivia sob um Estado policial. Ministros de tribunais superiores, advogados milionários, colunistas de política e economia e juristas (que vivem de juros) de todo calibre conclamaram os direitos individuais contra os abusos do autoritarismos. A estridência resultou em uma súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal que limitou o uso de algema e a exposição de presos em operações “espetaculosas” da polícia. Ela valeria para todos, era a promessa.
Como sempre, certos direitos são reservados a uma minoria de privilegiados. Aos influentes, aos donos do Brasil. Tanto no caso da remoção dos estudantes da USP quanto na operação na Rocinha que prendeu o traficante Nem, as regras foram jogadas às favas. Alunos e traficantes foram forçados por policiais a exibir o rosto a cinegrafistas e fotógrafos. Nos dois casos, optou-se por atender aos sentimentos mais obscuros da ala conservadora da sociedade. Em troca de apoio e publicidade.
Ainda espero os editoriais indignados dos jornais e a manifestação de advogados e de entidades de classe como a OAB contra os abusos. A propósito: onde estão Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello?
A lei das algemas deveria mudar de nome para “Lei Daniel Dantas”.
Mário,
ResponderExcluirposso acrescentar, ainda, que a indignação era prenuncio do que iria acontecer no processo do Dantas!