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terça-feira, 15 de novembro de 2011

O perfil dos principais atores envolvidos no trabalho escravo rural no Brasil

Recebi da Carol Rocha @carolrochajor - CONASEMS
Organização Internacional do Trabalho

"O perfil dos principais atores envolvidos no trabalho escravo rural no Brasil" 

(clique no link acima para ter acesso ao relatório na íntegra)

Abaixo, um resumo feito pela Carol com tópicos interessantes do Relatório:



  • O relatório aponta que as "formas contemporâneas de escravidão" incluem trabalhos forçados em jornadas extremamente longas, condições de alojamento dos trabalhadores subumanas, como também o quase aprisionamento das pessoas por dívidas aos patrões que não cessam.

  • Os trabalhadores já começam a atuar devendo transporte, roupa, alimentação... que é descontado do salário que deveria ser pago.

  • O perfil médio desse trabalhador também é simples: analfabeto ou com até dois anos de escolaridade.

  • A situação se agrava porque a maioria dos trabalhadores sai de sua cidade para trabalhar longe e perde a referência.

  • Grande parte dos entrevistados nasceu no Nordeste (77,6%), seguindo das regiões Centro-Oeste (8,3%), Norte (5,0%), Sul (5,0%) e Sudeste  (4,1%).

  • No nordeste, destaca-se o grande número de trabalhadores maranhenses (41,2%).

  • Isoladamente, o MA contribuiu com o mes­mo contingente fornecido pelos naturais da BA (18,2%),  PB (8,2%), TO (5%), PI (5%) e MG (5%).

  • Mais de um século depois da abolição formal da escravatura, 80% dos trabalhadores nesses estados são negros (pretos e pardos).

  • Segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), de 1995 até 2011 praticamente 40 mil pessoas foram libertadas em todo o país.

  • 50% das denúncias de trabalho análogo a de escravo estavam concentradas no Pará, seguido do Mato Grosso, com 30%.

  • A pesquisa revela ainda que a utilização de mão de obra escrava no Brasil está ligada mais diretamente aos setores da pecuária e agricultura.

  • Já o Ministério do Trabalho aponta que, nas cidades, os trabalhos forçados se concentram principalmente nas indústrias de confecção.

  • Outro dado interessante da pesquisa é que os próprios trabalhadores, muitas vezes, atuam como agentes recrutadores de mão de obra.

  • Os chamados “gatos” ou aliciadores voltam aos seus locais de origem e contratam seus vizinhos e parentes.

  • Ainda conforme a OIT, escritórios de contabi­lidade também estão sendo utilizados para agenciar os trabalhadores.

  • As punições para as empresas que utilizam mão de obra escrava: restrição ao crédito e a impossibilidade de conseguir financiamento público.

  • A escravidão no país é precedida pelo trabalho infantil: 92,6% dos trabalhadores iniciaram sua vida profissional antes dos 16 anos.


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